As novas regras para o futuro do WRC causaram reações diversas. E o que pensam o campeão em título e o atual líder do campeonato?
Kalle Rovanpera numa entrevista a revista alemã Motorsport Aktuell mostrou-se "surpreendido. Afinal também tivemos algumas boas notícias. Por exemplo os organizadores terão mais liberdade novamente. Um Safari com seis dias ou uma prova de asfalto compactada em dois não torna tudo mais interessante e desafiante? Quanto mais diversa a tarefa, mais difícil e intrigante se torna."
Mas também se mostra desagradado e até surpreendido "por eles removerem a unidade híbrida." Chega ao ponto de afirmar que leu "várias vezes o anúncio da FIA e não entendo muito bem aquilo. O topo dos ralis dever estar acima do resto, tal como a Fórmula 1."
Para Rovanpera "se querem reduzir a velocidade deveriam primeiro reduzir a aerodinâmica. Retirar a unidade híbrida e reduzir o restritor é inaceitável. Não beneficia nem as equipas de fabrica nem os que chegam de novo. Como é que se coloca um carro a deslizar e dar espetáculo sem potência?"
E mantendo o tom duro na crítica duvida que "estes regulamentos transitórios reduzam custos. Quando li que os Rally2 vão poder receber um escape diferente, asa traseira, restritor maior e patilhas no volante para um rali de um fim de semana, só posso abanar a cabeça. Quem beneficia com aquilo e quem vai pagar aquilo?"
E a terminar diz ter esperança "que a FIA se sente com os construtores e os pilotos e nos ouça." Quanto ao novo sistema de pontos afirmou que para ele atualmente só lhe interessa ganhar e não pensar em pontos.
Thierry Neuville também não tem palavras muito positivas para o que foi apresentado. Gostou da mudança nos pontos, reconhecendo que se o objetivo era tornar os domingos mais emocionantes "isso foi conseguido. Como piloto temos de dar o nosso melhor até ao final."
Já quanto às alterações técnicas para o futuro o tom muda completamente. "Todos sabem que numa fase de transição não vão surgir novos construtores, por isso não entendo porque razão a FIA planeia diferentes regras de transição para 2025 e 2026 em vez de manter tudo como está."
O belga considera que seria mas lógico "perguntar aos construtores o que querem e estabelecer regras em função disso para 2027 em diante," e alerta: "O risco de perder um construtor é maior agora, e as decisões recentes são, para mim, surpreendentes,"
Positivo para Neuville é a questão da promoção. "A criação de um departamento de promoção é algo que eu acho muito bem, porque há muito a fazer nesse campo. Basta relembrar o programa de suporte no parque de assistência e no Panzerplatte do Rali da Alemanha para se perceber que hoje em dia pouco é oferecido."
Depois da Suécia, Rovanpera e Neuville voltam a confrontar-se no Rali Safari este fim de semana.
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