Fique com a quarta série de notícias soltas do Vodafone Rali de Portugal que ao longo de três dias animou as estradas da zona Centro e Norte do país.

Os jovens que brilharam não foram os do costume
Nos últimos meses quando se fala em jovens a brilhar no WRC pensamos logo em Kalle Rovanpera e Oliver Solberg. Em Portugal este dois estiveram irreconhecíveis e nem as condicionantes justificam tudo, e o brilho foi de outros. Aos 28 anos (um jovem já com uma idade...) Takamoto Katsuta foi uma agradável surpresa ao bater-se até com Elfyn Evans e Sebastien Ogier na 1ª etapa. Na M-Sport Ford Gus Greesmith fez talvez o seu melhor rali com um World Rally Car, e numa altura que já se começava a dar o britânico de 24 anos como perdido, mostrou que afinal parece poder progredir. A fazer o primeira rali em terra com um WRC e o segundo da sua carreira, Adrien Fourmaux mostrou aos 26 anos ter margem para conseguir fazer aquilo que imensa gente acredita ele ser capaz, que é chegar ao topo. Não nos podemos esquecer que os dois Ford Fiesta WRC passaram por alguns problemas e praticamente abriram a estrada na 2ª e 3ª etapas.

Um rali longo
Elfyn Evans referiu no final que o rali foi longo, e "os dias também foram longos." Para se perceber esta questão, temos de olhar para os horários. Os pilotos saíram para a 1ª etapa ás 6.50h e a entrada na Exponor foi 20.50h para o primeiro. A 2ª etapa foi das 06.15h às 20.30h. E a 3ª etapa teve a partida do primeiro concorrente às 5.45h.

Mais uma aterragem de frente na Lameirinha do número 41 que acaba às cambalhotas
Em 2017 Quentin Gilbert protagonizou um aparatoso capotanço no segundo salto da Lameirinha na PowerStage, quando o Skoda Fabia R5 do francês aterrou de frente e a protecção do carter se enterrou no piso atirando o carro para uma série de cambalhotas. Este Domingo Nikolaus Mayr-Melnhof / Poldi Welsersheimh efectuaram o mesmo número artistico quase tirado a papel químico. Só que em vez de um Skoda era um Ford Fiesta Rally2, e ao contrário da dupla francesa, estes acabaram no hospital com consequências a nível de coluna. O navegador foi de helicóptero para Braga e o piloto de ambulância para Guimarães. Mas não foi só a dinâmica deste capotanço que é semelhante nos dois casos, o número 41 constava da porta nos dois carros.

O primeiro abandono de Nikolaus Mayr-Melnhof deu para rir
A dupla austríaca já tinha abandonado na 6ª feira ao capotar num gancho da segunda passagem por Góis, o mesmo gancho onde Nil Solans também capotou. Passados uns minutos de capotar Mayr-Melnhof decide abrir o capot e colocar o carro a trabalhar, e é mais ou menos neste ponto que se dá o caricato da situação. As versão variam, uma diz que ele se encostou ao carro, outra diz que o carro se deslocou sozinho, mas a verdade é que o Fiesta saiu de onde estava e rolou monte abaixo uns bons 200 metros até desaparecer na vegetação, com umas cambalhotas pelo meio! Com ajuda de uns 4x4 dos espectadores lá conseguiram puxar para o acesso ao troço, para o reboque o levar. E na 2ª etapa estavam de regresso ao rali, algo que algumas das testemunhas que viram o carro rolar monte abaixo achariam impossível de acontecer.

Faltou andar mais depressa
Quando no pódio de chegada foi perguntado a Dani Sordo o que faltou para vencer o rali, ele prontamente retorquiu com um sorriso que "faltou andar mais depressa!" Contudo mostrou-se contente com o 2º lugar que é um resultado expressivo no primeiro rali que faz com Borja Rozada como navegador, como fez questão de realçar.

Montes limpos à 2ª feira
O Município do Fafe partilhou esta tarde fotos do troço da Lameirinha na zona do salto da pedra sentada e Confurco, os locais de maior aglomeração de público do Rali de Portugal. As fotos foram tiradas após o final da recolha de lixos dos contentores e sacos que estiveram espalhados. Não ficou lixo nenhum no monte, e para isso contribuiu o civismo do público que de ano para ano está cada vez melhor e agora próximo da perfeição. Mas o que se viu nessas fotos de Fafe é o espelho do que foi o comportamento nos outros troços do Centro e Norte do país. Essencialmente o trabalho das autarquias já não é o de limpeza dos montes, é apenas o de recolha do lixo depositado nos locais para esse fim.

Afinal Tanak deu um toque ou a suspensão partiu-se?
Esta foi a dúvida que persistiu até ao fim do rali, e pelos vistos ainda persiste. As imagens mostraram a suspensão de Ott Tanak a partir na segunda passagem por Amarante, mas não se viu toque. Aguardou-se um esclarecimento sobre o assunto mas o que se viu sair foram meias palavras. Há a versão que a suspensão partiu naturalmente, há a versão que a suspensão partiu por Tanak usar o carro muito baixo de traseira levando a suspensão a bater repetidamente no limitador, há a versão que o estónio deu um toque uns quilómetros antes por excesso seu, e há ainda a versão de que um pneu descolou da jante levando o estónio a dar um toque um pouco antes de onde a suspensão partiu. Oficialmente Tanak "teve o mesmo destino que Neuville quando a suspensão partida obrigou a abandonar". A única certeza que existe é que o Tanak que foi campeão em 2019 nunca mais foi visto desde que entrou na Hyundai.