A desclassificação do carro de António Félix da Costa na primeira corrida de Misano do Campeonato do Mundo FIA de Fórmula E deixou feridas ainda mais abertas na relação turbulenta entre a Porsche e a FIA no mundial de carros eléctricos.
Mesmo que não exista qualquer vantagem em termos de desempenho, esta mola usada no carro de Félix da Costa já não é permitida no catálogo oficial do construtor de chassis Spark e a desqualificação foi, infelizmente, inevitável através do Código Desportivo Internacional, que é referido pelos comissários. Uma violação da conformidade dos componentes de um automóvel é, em última análise, uma desqualificação clara e inequívoca através da gama de sanções utilizadas no código.
A Porsche e a FIA têm tido vários confrontos graves nos últimos tempos. No E-Prix de Puebla de 2021, na Cidade do México, Pascal Wehrlein foi privado daquela que teria sido a sua primeira vitória no campeonato, quando a equipa foi penalizada por um erro administrativo na atribuição da escolha de pneus antes da corrida.
No verão passado, em Londres, Félix da Costa perdeu a sua merecida segunda posição devido ao esvaziamento de um pneu Hankook que tinha sido danificado por outro carro, o caso foi parar ao Tribunal Internacional de Recurso, que manteve a sanção.
Depois, na primeira ronda da atual temporada, no México, a Porsche foi alvo de críticas, após a vitória de Wehrlein, por suspeita de auxílio ao controlo de partida. Este facto não foi provado e a investigação terminou.
A Porsche está a manter-se em silêncio quanto a comentários públicos sobre a penalidade de Misano, enquanto avalia os canais legais dentro do tempo em que pode apresentar um recurso oficial.
No entanto, falando mais tarde para a cobertura televisiva da Fórmula E, pouco antes da qualificação de domingo, Florian Modlinger disse à repórter Nicki Shields que a sanção era "uma grande perda para nós, mas também para o desporto e para a Fórmula E em geral, porque estas consequências são realmente duras".
"Temos um pouco a impressão e a sensação de que nem todas as equipas são tratadas da mesma forma. Essa é a nossa impressão pessoal. Para o Campeonato do Mundo da FIA, é preciso garantir, também para o futuro, que todas as equipas sejam tratadas de forma igual e com a mesma abordagem", afirmou o responsável alemão.
Estes desentendimentos entre a marca de Weissach e a FIA podem ter consequências para a Fórmula E, porque a Porsche ainda não assinou o acordo para continuar no campeonato quando este introduzir o novo monolugar da "Gen 4".
A próxima prova, a oitava, será em 27 de abril, no Mónaco.
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