 Foi uma corrida disputada aquela que o Campeonato do Mundo FIA de Fórmula E viveu no circuito de Misano.
A primeira ronda, da etapa italiana, também deu o sexto vencedor de todas as corridas do E-Prix realizadas até agora. António Félix da Costa, ao vencer uma corrida agitada, deu um impulso após um início de campeonato difícil, calando certamente todos aqueles que o gostariam ver fora da equipa oficial da Porsche.
O cálculo da distância da prova e o limite de energia disponível definido pela organização para completá-la geraram uma dinâmica semelhante à de uma corrida de ciclismo, porém que pouco abona para o mundial de carros eléctricos. Durante as primeiras 25 voltas, nenhum piloto mostrou interesse em liderar por um longo período. As voltas, em média, foram oito segundos mais lentas do que durante a qualificação (na qual os carros possuem um acréscimo de 100 kW de potência). Seguindo as instruções dos engenheiros nas boxes, os pilotos ativaram o "Modo de Ataque" mas não para aproveitar a energia adicional, mas sim para se manterem próximos do pelotão principal.
Como esperado, a estratégia desempenhou um papel fundamental no circuito de Misano. Dadas as longas rectas e o desenho da pista na Romagna, o imperativo para os pilotos era prestar atenção ao consumo de energia. Daí o salto de Sébastien Buemi que, tendo partido do décimo lugar, se encontrava a liderar as operações no final da primeira volta. Houve numerosas mudanças no topo para tentar poupar bateria tendo em vista o "sprint" final.
Foi, portanto, uma corrida apertada, com cerca de vinte pilotos agrupados a menos de cinco segundos durante grande parte do E-Prix. Isto conduziu, inevitavelmente, a contactos e a quedas. Os líderes do campeonato Pascal Wehrlein e Nicky Cassidy foram as vítimas. Se o primeiro foi tocado pelo fogo amigo de Félix da Costa, o neozelandês da Jaguar foi obrigado a ir para as boxes depois de um contacto com Jean-Eric Vergne.
Tendo em conta o seu sucesso no Brasil, Sam Bird tentou repetir a estratégia activando imediatamente os dois "modos de ataque" para assumir a liderança da corrida. Infelizmente, um furo na traseira esquerda obrigou-o a render-se. A primeira posição foi herdada por Félix da Costa, seguido por Oliver Rowland.
A seis voltas da bandeira axadrezada, os dois primeiros tentaram fazer a fuga decisiva. O piloto do Porsche aproveitou uma maior carga residual para aumentar a sua vantagem sobre o rival da Nissan, criando assim uma margem de meio segundo que se revelou decisiva até à bandeira axadrezada. Rowland contentou-se com o segundo lugar, o que o coloca no topo da classificação do campeonato. Jake Dennis, no monolugar da Andretti, completou o pódio.
Resultado Final:
1 - António Félix da Costa (Porsche) - Porsche - 28 voltas
2 - Oliver Rowland (Nissan) - Nissan - 0"410
3 - Jake Dennis (Porsche) - Andretti - 3"413
4 - Maximilian Günther (DS Maserati) - Maserati - 4"189
5 - Dan Ticktum (ERT) - ERT - 4"964
6 - Mitch Evans (Jaguar) - Jaguar - 6"083
7 - Sergio Sette Camara (ERT) - ERT - 7"936
8 - Jean-Eric Vergne (DS) - DS Penske - 7"969
9 - Norman Nato (Porsche) - Andretti - 7"998
10 - Stoffel Vandoorne (DS) - DS Penske - 8"049
11 - Sacha Fenestraz (Nissan) - Nissan - 8"178
12 - Lucas di Grassi (Mahindra) - Cupra Abt - 8"377
13 - Nico Müller (Mahindra) - Cupra Abt - 8"721
14 - Nyck De Vries (Mahindra) - Mahindra - 13"461
15 - Sébastien Buemi (Jaguar) - Envision - 13"857
16 - Jake Hughes (Nissan) - McLaren - 14"115
17 - Pascal Wehrlein (Porsche) - Porsche - 1'05"378
18 - Robin Frijns (Jaguar) - Envision - 1'18"770
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