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Opinião: O automobilismo tem de pensar no ambiente e na sua sobrevivência
Data: 21/03/2024 23:13

Quem ler este artigo tem primeiro de esquecer as suas convicções e as suas opiniões, porque este texto é factual e é pelos factos que nós temos de nos guiar para pensar na melhor forma de abordar o futuro do desporto automóvel.

O automobilismo desportivo tem de estar na linha da frente das boas práticas ambientais e no esforço de reduzir a sua pegada ambiental. Não importa que essa pegada seja residual ou insignificante, simplesmente tem de o fazer em todos os pormenores, mesmo que por vezes a relação custo / benefício ambiental seja quase nula. Em três parágrafos vou explicar porquê.

As grandes marcas e multinacionais estão atentas a uma certa hipersensibilidade ambiental na sociedade, e começam a ficar também hipersensíveis. Como tal muitas das decisões deixam de ser racionais, e são tomadas num gabinete por alguém que não vem ao terreno e não questiona sequer.

E se esse alguém diz que não quer estar ligado ao automobilismo porque polui, isso passa a ser "lei" e essa empresa deixa de ser patrocinadora no automobilismo. Neste início de temporada do Campeonato de Portugal de Ralis o tema esteve em cima da mesa. Algumas empresas foram-se embora e outras só não foram porque se fez algo que explicarei mais à frente.

Se as empresas privadas patrocinam as equipas, maioritariamente são os organismos estatais que patrocinam as provas com predominância para as autarquias. Se uma autarquia tem um departamento ambiental com um líder mais fundamentalista e com peso dentro da estrutura autárquica, essa autarquia não vai querer provas de automóveis. Isto pode ser um grande problema e pode tornar-se comum.

Concordemos ou não com os três parágrafos anteriores, eles espelham a realidade nos dias de hoje e é por essa realidade que o automobilismo tem de se guiar para sobreviver. Esta realidade pode mudar, pode piorar ou melhorar, mas é com esta realidade que temos de contar hoje quando tomamos decisões hoje.

O automobilismo pode mudar opiniões ou sensibilidades? Pode, se tiver o peso mediático de uma Fórmula 1, mas mesmo a F1 não quer abanar muito as consciência a este nível, prefere o silêncio.

A Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK) tem feito um bom trabalho neste capítulo. Em 2023 implementou uma série de boas práticas, que embora sendo de alcance limitado, mostravam trabalho feito à sociedade. Este ano conseguiu tornar obrigatória a utilização de combustíveis sintéticos nos Rally2 do Campeonato de Portugal de Ralis. É um dos poucos países europeus a fazê-lo e é um enorme passo. Fez este ano o que eu próprio não acreditava ser possível fazer em 2024, eu e alguns dos principais intervenientes no CPR. Mas fez e está em curso.

Podem alegar que colocar mantas nas assistências e no reabastecimentos é um pormenor quando as estradas estão repletas de manchas de óleo ou o chão das bombas de gasolina está encharcado em restos de combustível. Podem dizer que usar combustíveis sintéticos tem um impacto reduzido pela energia necessária para os produzir, podem alegar que os impactos do automobilismo no ambiente são quase nulos quando comparados com o resto da atividade da sociedade.

Também podem alegar que se faz isto que dá trabalho e custa dinheiro, e depois os organizadores de um rali colocam as equipas a andar de um lado para o outro dezenas de quilómetros a produzir emissões para umas verificações técnicas ou para escolher uma ordem de partida, ou até para uma partida simbólica.

Têm razão total ou parcial em tudo isso, mas o que importa é a perceção que passa para uma sociedade que ver ação, mesmo que essa ação seja de efeito questionável. Mas isso não importa, o automobilismo tem de mostrar que está preparado para tudo e que faz.

No início do CPR deste ano tivemos empresas a patrocinar equipas apenas e só porque lhes foi mostrado que apesar dos ralis poluirem, estão a fazer um enorme trabalho de reduzir essa pegada poluidora. Sem gasolina sintética e sem aqueles dossiers ambientais com dezenas de páginas a explicar o que se resumiria em apenas meia página, essas empresas não teriam permanecido no automobilismo. Não importa se concordamos ou não, temos de dar passos e fazer, e ainda mostrar que fazemos.

A FPAK organizou na 2ª feira uma plantação de árvores no Pinhal do Rei na Marinha Grande. Foi uma operação de grande envergadura e uma grande oportunidade de mostrar que se faz, mas desta vez não seria mostrar a uma autarquia ou a uma empresa, seria a oportunidade de mostrar a todo o país.

Se chegou a este paragrafo já deverá ter percebido que a sua e a minha opinião não importam. Aquilo que realmente interessa é fazer aquilo que a sociedade quer, e isso é para bem da sobrevivência do automobilismo. Fazer e saber comunicar que se faz.



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