O Neste Rali da Finlândia foi um descalabro para Thierry Neuville e para Sebastien Ogier. Se no caso de Neuville o belga já tinha avisado para essa possibilidade, no caso de Ogier foi uma surpresa.

Comecemos pelo líder, Thierry Neuville. Na antevisão da prova o piloto belga já antevia uma prova difícil por abrir a estrada na 1ª etapa. Provavelmente não imaginava que fosse tão difícil, já que o 10º lugar na 1ª etapa colocou-o a partir em 2º na 2ª etapa e em 3ª na 3ª etapa. Essencialmente o belga partiu sempre em lugares desconfortáveis para quem queria andar depressa. Já em 2017 Neuville andou perdido no "top ten" da prova finlandesa, pelo que os rápidos troços com saltos não parecem ser o seu local de eleição.

Mas na 1ª etapa teve uma saída de estrada que com uma boa dose de sorte não o deixou fora de prova. A partir daí percebeu que o melhor seria manter um ritmo moderado para conseguir quaisquer pontos por poucos que fossem. "A posição de partida marcou todo o nosso fim de semana. Mesmo com a saída de 6ª feira devido a uma nota mal compreendida, não acredito que a nossa posição na classificação fosse mais acima. Temos que aceitar os nossos limites e completar cada troço sem problemas," revelou no final o belga que se mantém líder do mundial com 21 pontos de vantagem para Ogier.

Sebastien Ogier por ser turno foi uma desilusão ainda maior. Para começar o campeão em título tinha um carro com nova aerodinâmica traseira que nos rápidos troços finlandeses deveria ter sido um avanço. Para além disso a troca de amortecedores para os Sachs era uma reivindicação de Ogier já há algum tempo.

Com este novo pacote de alterações as expectativas eram relativamente altas. Mas os primeiros troços revelaram um quadro negro, o Fiesta WRC não era rápido. Apesar de ser o segundo na estrada e poder sofrer algum handicap por isso, o Toyota de Tanak que partia logo atrás estava a dar uma média de 0,5s por quilómetro ao Fiesta. Para reforçar o problema, Elfyns Evans mas especialmente Teemu Suninen voavam na frente de Ogier.

A meio do dia de 6ª feira o campeão do mundo dizia que as alterações no carro eram significativas e em apenas um dia não deu para testar como desejava. Arriscou numa alteração radical no Fiesta de 6ª para Sábado, e partindo mais recuado na 2ª etapa o resultado era igual, reconhecendo ainda na manhã de Sábado ter feito muitas alterações mas que não lhe dávam confiança. Assegurou ainda estar a "mudar o set-up de troço para troço, mas a aerodinâmica traseira está a criar dificuldades."

No Sábado de tarde Ogier assegurava que já se sentia confiante com o carro mas olhava para "os tempos dos outros e começo a pensar o que hei-de fazer." A seguir já assumia que apenas queria terminar a prova. E para terminar mais acima na classificação teve a ajuda da equipa, Elfyn Evans ainda no sábado acabou por lhe ceder quando começou a fazer tempos notoriamente piores do que vinha fazendo, e no Domingo foi Teemu Suninen que penalizou 20 segundos para o "chefe de fila" poder subir mais uma posição.

Em Dovenby Hall há dias de muito trabalho pela frente para perceber se este novo pacote aerodinâmico é afinal uma evolução ou uma regressão.