Aqui ficam algumas notas soltas sobre o Rali Terras d’Aboboreira, prova do Clube Automóvel de Amarante que animou o concelho sede do clube mas também Baião e Marco de Canaveses.

Estrutura

A vida do adepto dos ralis está cada vez mais difícil. Longe vai o tempo em que em apenas um dia dava para ver meia dúzia (ou mais) especiais – não vendo todos os concorrentes, claro - com tempo suficiente para saltar de um troço para outro. Hoje, no CPR, com a “ditadura” dos 100Km cronometrados (entretanto já vamos a caminho dos 110Km!) e com a continuada mania de troços grandes (como se de uma prova do ERC ou WRC se tratasse), em dois dias completos, obrigando a madrugar bem cedo, o adepto, mesmo andando a “fazer rali” entre troços, poucas especiais acaba por ver. Esticar a prova até aos 120 Km, especiais em maior número, tempo disponível melhor aproveitado, e certamente as provas do CPR serão mais competitivas para os pilotos e atrativas para os adeptos.

Forças de segurança

Tendo estado em duas das três provas já disputadas do CPR – Fafe e Aboboreira – notei uma gritante diferença quanto à presença de forças de autoridade – leia-se, GNR. Em Fafe, como tem sido habitual, o número de agentes presentes nas especiais é enorme, na Aboboreira, o seu número é bem menor. Gostaria de saber qual a diferença de valores da fatura do policiamento entre as duas provas, mas pelo que qualquer adepto, que tenha estado nas duas provas, pôde constatar, deve ser bem grande. E o que resulta disso? Segurança diferente nas duas provas? Pelo que vi, e estive em vários locais, não me pareceu nada disso. A prova do Clube Automóvel de Amarante (CAA) esteve em excelente plano a nível da segurança e, pelo menos nos locais onde estive, o número de agentes presente foi mais que suficiente.

Público

A presença de Dani Sordo ao volante de um Rally1 e de vários pilotos do WRC2, fruto da boa colocação no calendário da prova do CAA, mas também fruto do bom trabalho do clube liderado por António Jorge, atraíram muito público ao rali. Nas especiais, nos locais com melhor acesso, o público disse presente e, mesmo com chuva (ou ameaça dela), a moldura humana foi muito boa. Mas foi na quinta-feira, feriado do 25 de Abril, na sessão de autógrafos e de apresentação das equipas mais mediáticas, em pleno centro histórico de Amarante que reuniu mais público. Um verdadeiro êxito e que deveria ser norma nas provas do CPR. A superespecial, este ano disputada em Amarante, embora tenha tido muito público, o tempo incerto (com a chuva sempre a ameaçar) terá desmobilizado muitos. Já a cerimónia de distribuição de prémios foi pouco concorrida.

Lista de Inscritos

Fruto de ser uma prova internacional, inscrita no ERT, o CAA teve que fechar as inscrições no dia 11 – quinze dias antes da prova – levando à divulgação da lista de inscritos no dia 19 – mesmo assim foram oito dias para elaborar a lista – logo ainda na semana anterior à da prova. Vendo o que tem acontecido com as outras provas do CPR – e todas as outras em território continental – o que se passou no Terras d’Aboboreira é um verdadeiro “oásis” no CPR. Curiosamente, o ACP divulgou ainda antes do CAA, a lista de inscritos do Rali de Portugal. Mas também há que destacar pela positiva a ordenação da lista, feita pela ordem de classificação do CPR e por categorias. Não se utilizaram os números fixos, mas mesmo que se utilizem, a lista de inscritos deve ser sempre ordenada pela ordem de classificação no campeonato e por categorias, tal e qual a do Rali de Portugal (e de todas as outras provas do Mundial). Imagine-se o caricato que seria se no WRC utilizassem as regras do CPR, Rovanpera que escolheu o número 69, ficaria sempre nos confins da lista!