Aqui fica a quarta série de notícias soltas do Vodafone Rali de Portugal que nestes dias animou o Norte e Centro do país.

Os carros que nunca se sonharia ver em certos locais
Na 5ª feira ao final vi uma partilha de uma foto do Lancia Delta S4 na SE de Coimbra com a cidade e a universidade como pano de fundo. O autor da publicação escrevia "Um Gr B na minha cidade.....se algum dia imaginei tal cenário.....".

O mesmo se aplicou a Fafe Lameirinha. Se algum dia alguém imaginava recuar a 8 de Março de 1985, quando Walter Rohrl e Christian Geistdorfer voavam com o Audi Sport Quattro pelo salto da pedra sentada. Pois bem, foi isso que puderam fazer com o mini pelotão de históricos que passou em Fafe, mas não terão sido muitos os que assistiram às duas ocasiões. Em Fafe existiu o aliciante do piloto ser o mesmo de 1985.

Vilas-Boas e o salto de Coimbra
André Villas-Boas esteve presente nas três super-especiais com o Citroen C3 WRC que Esapekka Lappi usou na prova em 2019. Em Coimbra teve um encontro com os jerseys de plástico que lhe valeu uns belos assobios. Mas o homem da "Race for good" justificou-se: Foi dos poucos que não travou para o salto, e esse salto estava uns 25 metros antes do gancho. As imagens provam isso mesmo, porque o C3 WRC saltou de frente no ar ao passo que praticamente todos os carros do mundial aterravam de frente.

Walter Rohrl simpático com Michèle Mouton
No jantar de gala que reuniu os campeões do mundo na Exponor, Walter Rohrl teve algumas afirmações interessantes. Uma delas disse respeito ao título de 1982 conseguido depois da luta com Michèle Mouton. Rohrl reconheceu que a francesa teve azar (o seu pai faleceu no primeiro dia do Rali Costa do Marfim que era decisivo, o Audi deu problemas e Mouton acabou por desistir por saída de estrada)

Mas a surpresa foi quando reconheceu que teria sido melhor que o título de 1982 tivesse ficado nas mãos de Mouton porque "seria único na história da disciplina e não estou a ver que essa possibilidade volte a acontecer." A piloto francesa disse apreciar o gesto de Rohrl.

Como estragar um Delta S4
O tal Lancia Delta S4 que rodou em Coimbra, já não passou de Lousada. Rolf Wiss entusiasmou-se e optou por efetuar o salto da pista da Costilha em vez de seguir pelo percurso normal. O Delta aterrou de frente e o pára-choques ficou para trás destruído. O piloto continuou pelo que se pensou que os danos se resumiriam ao pára-choques, mas após a tomada de tempo parou e solicitou o reboque. O sistema de refrigeração ficou afetado e com o carro parado via-se o vapor a sair. Foi pena porque este Delta S4 iria ficar no nosso país para participar no Rally Spirit daqui a pouco mais de uma semana.

Um Rally2 a vencer um troço
A chuva que caiu antes e no início da super-especial do Porto tornou o paralelo da classificativa extremamente escorregadio, só que a chuva parou e o piso começou a secar. Os Rally1 ficaram com os piores tempos, e estes foram melhorando com a passagem dos Rally2, para Nikolai Gryazin, que era o 15º a partir, fixar o registo de 3m23,9s como o melhor da tarde. Só que o 30º carro a passar quando já eram 21.15h fez 3m21,2s, tratava-se de Josh McErlean no Hyundai i20 Rally2, o mesmo que participou no Rali Terras d'Aboboreira. O irlandês fica com uma vitória num troço do mundial no seu palmarés. Isto fez recordar quando Armindo Araújo ganhou uma super-especial à geral com o Mitsubishi Lancer Evo IX no Rali do Japão de 2007.

A semelhança entre Suninen e Mikkelsen
A desistência de Teemu Suninen na PowerStage fez lembrar o capotanço de Andreas Mikkelsen nessa mesma PowerStage em 2017. Na altura, Mikkelsen liderava o WRC2 com 3 minutos de vantagem, desta vez Suninen liderava com 57s de vantagem, ou seja ambos com uma liderança descansada na categoria e ambos bateram na fase inicial do troço. Mas as semelhanças não se ficam por aqui, tal como com Mikkelsen em 2017, que tinha ficado no desemprego com o abandono da VW, Suninen este ano estava na busca de um lugar numa equipa de fábrica depois de ter saído da M-Sport Ford.