Aqui fica a segunda e ultima parte das notícias soltas do rali Terras D'Aboboreira do passado fim de semana.

Os Suzuki R4 espanhóis
A equipa espanhola da Suzuki Ibérica voltou a vir a Portugal fazer um rali de terra com os seus Suzuki Swift R4LLY S. Em 2020 os carros estrearam-se em Fafe, e um ano depois disputaram o seu segundo rali neste tipo de piso, já que em Espanha competem apenas em asfalto. Javier Pardo andou muito bem, fazendo tempos no "Top15" entre dezena e meia de R5s até bater no penúltimo troço. Joan Vinyes já foi mais lento, acusando os mais 27 anos de idade que tem em relação ao seu jovem companheiro de equipa, mas também o facto de ter feito menos de meia dezena de ralis em terra nos últimos 15 anos. O piloto de Andorra deu um toque que ajudou a um duplo furo e foi obrigado a desistir cedo. Foi uma oportunidade para Gil Antunes avaliar a perfomance do seu Dacia Sandero R4 e perceber o caminho que tem a percorrer, pois perdeu mais de 1 segundo por quilómetro para os carros espanhóis.

Bruno Magalhães muito melhor que em 2020 mas não chegou
O Rali Terras de Aboboreira foi talvez a pior prova de Bruno Magalhães em 2020, e na altura as culpas foram para o Hyundai. Este ano houve mais trabalho de preparação e testes que permitiram ao i20 R5 aparecer na luta com os melhores do CPR. Contudo a gestão de pneus sofreu um revés com a neutralização de Baião, o troço longo onde a opção de pneumáticos de Magalhães poderia surtir efeito. Apesar disso o piloto da Hyundai esteve sempre um degrau atrás do trio que andou na frente, pois só conseguiu intrometer-se nos tempos deste trio por duas vezes. No fim ainda viu partir-se a barra estabilizadora na PowerStage que ajudou perder de vista Teodósio, Armindo e Correia. Os olhos, estão naturalmente postos no novo Hyundai i20 Rally2 que estará cá no verão.

Citroen muito apagados
José Pedro Fontes teve um rali para esquecer, ao ponto do estreante Pedro Antunes ter andado a lutar com o seu "chefe". Os dois Citroen nacionais foram sistematicamente batidos pelo C3 de Pedro Heller, mas o piloto chileno não é propriamente reconhecido pela rapidez. No caso de Pedro Antunes, a estreia ao volante do Citroen C3 R5 até teve pontos positivos, mas acabou com um capotanço no último troço. Curiosamente já de manhã tinha estado quase a virar o C3.

Estrangeiros foram umas "lebres" alcançáveis
Um ponto de expectativa neste Rali Terras D'Aboboreira era ver quão longe iriam os pilotos estrangeiros em relação aos melhores portugueses. Ole-Christian Veiby, Chris Ingram e Pepe Lopez eram os expectáveis mais rápidos, mas o jovem estónio George Linnamae juntou-se ao grupo e impressionou até dar um toque e desistir. O grupo dos restantes três sobrepôs-se ao pelotão nacional mas com vantagens marginais, contudo a intensa luta que os nacionais travavam entre si também os obrigou a andar muito depressa. Um facto: Os estrangeiros corriam todos com pneus Pirelli.

Animação ao rubro
Com apenas sete troços (que se reduziram a seis), o Rali Terras D'Aboboreira teve três trocas de líder, e no final os quatro primeiros classificados ficaram separados por apenas 11,9s. Antes dos dois últimos troços eram 11,3s a separar os sete primeiros. Para além de uma excelente lista de inscritos, a prova ficou marcada por excelentes luta e curtas diferenças. Curta também foi a quilometragem do rali, dos 100,9km iniciais, passou para 81,7km com a neutralização de Baião, e para o pelotão que vinha após os 11º na estrada ficou com apenas 64,8km com a neutralização de Aboboreira 1.