Aqui fica o primeiro grupo de notícias soltas do Rali Terras d'Aboboreira do fim de semana.

O exemplo irlandês
Entre as diversas equipas presentes estava uma vinda da Irlanda apoiada pela "Motorsport Ireland Driver Academy". Trata-se de uma iniciativa da federação local que visa dar apoio aos jovens pilotos que querem seguir a carreira dos ralis, dando-lhes formação em diversas áreas que vão desde a condução até ao fitness. Ao mesmo tempo apoiam também os programas desportivos dos pilotos seleccionados, tendo como base o financiamento vindo do "Team Ireland Fondation" que tem como filantropo o ex-campeão John Coyne. No Rali Terras D'Aboboreira Josh McErlean de 21 anos navegado por Noel O'Sullivan levaram o Hyundai i20 R5 R5 ao 11º lugar da geral

PowerStage mundialista
A criação da ideia da PowerStage no WRC teve princípios específicos, os quais nunca foram transferidos para o CPR assim que esta classificativa passou a existir. O Clube Automóvel de Amarante foi o primeiro a fazer uma PowerStage à luz desses princípios. Reviu a ordem de partida para este troço invertendo os 10 primeiros da geral, criou um cenário no final do troço e até tinha previsto transmissão em directo via streaming. A PowerStage, para além do último troço do rali, deve ser um momento que sobrepõem aos restantes, só assim fazendo sentido a atribuição de pontos extra para o campeonato.

Armindo Araújo vencedor por uns minutos
Armindo Araújo esteve na pele de vencedor do rali do CPR por uns breves minutos. Estávamos no último troço com quase uma centena de pessoas no final da PowerStage, Ricardo Teodósio é o ultimo dos pilotos nacionais a chegar depois de partir com 2,2s de vantagem para Armindo Araújo, tudo de ouvido no rádio do controlador do Stop que receberia a hora de passagem do algarvio na tomada de tempo.

Assim que o controlador diz a hora, estalou a festa em relação a Armindo Araújo que foi felicitado como o vencedor do rali do CPR. Nas hostes de Ricardo Teodósio era naturalmente a desilusão. O navegador José Teixeira acabou por voltar ao controlo poucos minutos depois para confirmar os tempos, e é nessa altura que se ouve o grito de vitória do algarvio, sendo também esse o momento em que os festejos do triunfo mudaram de mãos.

E como é que acontece um engano destes? Acontece porque a pressão no momento é grande, e todos tinham um número como referência para saber quem ganhou. Com Armindo a fazer 10m37,5s sabia-se que até ao segundo 39,6s Teodósio seria o vencedor. Ora o controlador disse na rádio 18.42.... e este número 42 entrou em alguns ouvidos como o segundo 42. Na verdade era a hora de passagem na célula da TT, 18h42m31,4s. A esta hora tinha de se subtrair a 18h32m00s na qual o algarvio arrancou para o troço, e assim se chega aos 10m31,4s que foi o 3º tempo absoluto na PowerStage e garantiu com uma certa margem a vitória de Teodósio no CPR.

GMK com falsa partida televisiva
O ano de 2021 começou com um novo detentor de direitos de imagem em vários campeonatos: a GMK. Na prova de arranque do CPR (que é o principal campeonato de automobilismo em Portugal) com uma lista de inscritos fora de série, num rali que não deveria ter publico nos troços, e com um organizador apostado numa transmissão em streaming, era de prever um trabalho pelo menos similar ao que se viu no Rali Vidreiro de 2020. Não foi isso que aconteceu. Imagens dos troços nem vê-las e os dois dias assemelharam-se a uma emissão de rádio filmada. Não importa as responsabilidades ou as causas para o falhanço da emissão, importa sim refletir sobre o que merece o CPR depois do que vimos uma semana antes na montanha, velocidade e rallycross. Tudo isto tendo obviamente em conta que fazer um trabalho destes num rali é muito mais complexo que fazê-lo numa pista. O principal campeonato em Portugal precisa e merece mais em termos de transmissão para streaming.