Neuville e Evans lutam pelo título, mas em Portugal dificilmente lutarão pela vitória. Já os pilotos em part-time têm tudo para chegarem à vitória.
Num mundial onde há pilotos de topo com programas parciais, numa prova de terra em pisos secos, como deverá ser o Rali de Portugal, a vantagem parece ir toda para esses pilotos. Assim, Kalle Rovanpera, Sébastien Ogier e Dani Sordo afiguram-se como favoritos, pois partindo mais atrás serão beneficiados no primeiro dia, especialmente nas primeiras passagens.
Abrindo a estrada na sexta-feira, Thierry Neuville irá certamente procurar minorar essa dificuldade, procurando perder o menos tempo possível, tal como irá acontecer com o outro candidato ao título, Elfyn Evans. Se perder tempo será o mais certo, o quanto (muito ou pouco) perderão já será mais arriscado prognosticar, mas dependendo disso, Neuville e Evans poderão ver a sua prova muito ou pouco condicionada. Claro que agora o dia final do rali, o domingo, é quase um novo rali, e dependendo mais uma vez da ordem de partida, em caso de não partirem de novo à frente, poderão lutar pelos pontos de domingo e pelos da Power Stage, minorando assim as perdas.
Num mero exercício de prognóstico, Rovanpera apresenta-se como o favorito número 1, seguido de perto por Ogier, ainda e sempre muito rápido e muito consistente. A fazer a primeira prova do mundial deste ano, Sordo pode ser o joker que a Hyundai precisa. Claro que temos também Ott Tanak, com uma posição à partida (quarto) não tão penalizadora e certamente focado em conseguir um excelente resultado que o guinde a uma posição mais cimeira na classificação do mundial. Com uma boa época até agora, onde tem demonstrado toda a rapidez que se lhe reconhece mas claramente mais consistente, Adrien Fourmaux irá certamente pensar sempre no resultado final, não entrando em loucuras, pelo que qualquer resultado no pódio ou perto dele, será, certamente muito bem “recebido” por ele.
Mas se a lista dos Rally1 se limita apenas a nove carros, a lista dos Rally2 é de loucos, com quatro dezenas de viaturas de várias marcas, embora, ainda e sempre com o predomínio daquele que ainda continua a ser o “carro da moda”, o Skoda Fabia, embora comecem a aparecer muitos Toyota Yaris. Oliver Solberg, em condições normais, afigura-se como o principal favorito, mas há alguns outros que podem alcançar a vitória e mais ainda os que poderão lutar pelo top5.
A nível do CPR, com o longo – e sem assistência – dia de sexta-feira a fechar as contas para o campeonato, mas onde vários pilotos, à partida, planeiam fazer o rali todo, faltará saber qual a posição de Meeke nesta prova: se vai procurar acompanhar os mais rápidos do WRC2 ou “apenas” procurar ganhar para o CPR. Quanto aos outros, Armindo Araújo, sempre assumido candidato ao “título” de “melhor português”, costuma ter excelentes atuações no Rali de Portugal e sair sempre com uma boa dose de pontos para o campeonato. Ricardo Teodósio, que tem tido um ano “para esquecer” quererá dar a volta tudo isso e procurar acabar em beleza a parte de terra do CPR.
Contando também para o CPR 2RM, o Rali de Portugal, mesmo que só no primeiro dia, é claramente uma prova desajustada para os carros de 2 Rodas Motrizes, “obrigados” a fazerem as especiais, não procurando andar o mais rápido possível, mas sim serem os melhores na “gincana” (leia-se: arte de andar bem, evitando as pedras e os buracos), daí a algo fraca participação. Hugo Lopes e Gonçalo Henriques são claramente os favoritos.
Os tempos mudaram (e já de há vários anos a esta parte) e assim, com os espetadores/adeptos com uma postura ordeira e cumpridora, espera-se que os acessos às especiais funcionem e que as forças de segurança tenham uma abordagem inteligente. Se isso acontecer, todos poderão desfrutar do espetáculo e serão os ralis que sairão a ganhar.
