Bernardo Sousa venceu o Rali Ilha Lilás mas Luís Miguel Rego deu-lhe luta até ao final. Gustavo Louro a estrear-se com um R5 fechou o pódio. Nos 2 Rodas Motrizes mais uma vez Ruben Rodrigues foi o melhor. Paulo Santos venceu no Troféu de Asfalto.
Depois de um primeiro dia algo atribulado, fruto da neutralização de um troço – com a consequente atribuição de tempos administrativos, sempre motivo de forte polémica e que no caso, prejudicou muito vários pilotos, levando até que alguns acabassem por decidir abandonar o rali - e da anulação de outro, o dia de hoje começou algo semelhante.
Logo no primeiro troço e de novo – a primeira ronde da manhã era exactamente igual à de ontem -, houve necessidade de neutralizar o troço, desta vez devido a um duplo acidente: José Paula que deixou o seu Peugeot 208 T16 R5 algo maltratado ao bater nos muros que ladeavam a especial e também Ricardo Silva (Citroen Saxo). Com isso, todos os pilotos que vinham atrás viram ser-lhe atribuído o tempo de Rafael Botelho, algo que desta vez foi “pacífico” para todos.
Resultado disto tudo, a maioria dos pilotos só puderam efectuar o primeiro troço a competir na quarta especial do rali. Tendo em conta que para o Troféu de Asfalto (TRAA) só contavam as primeiras quatro especiais, esta competição ficou logo decidida no primeiro troço, dada a vantagem (devido aos tempos administrativos) do algarvio Paulo Santos (Citroen Saxo) para todos os outros.
Com todos muito preocupados com as previsões meteorológicas e com a escolha de pneus, a prevista muita chuva acabou por não se confirmar, e tirando o primeiro troço que ainda estava algo húmido tudo o resto esteve seco. Vento, sim, houve muito!
Bernardo Sousa entrou de novo ao ataque e mesmo tendo feito um pião logo no primeiro troço, curiosamente no mesmo local onde tinha tido o mesmo percalço na sexta-feira, conseguiu na ronda da manhã, onde tanto ele como Luís Miguel Rego optaram por pneus para piso molhado, ampliar um pouco mais a sua vantagem. Em terceiro continuava Gustavo Louro, incapaz de se imiscuir na luta pela vitória, mas mostrando estar cada vez mais à vontade com o Fabia R5.
Na primeira ronde da tarde, ainda pairando dúvidas quanto à chuva, embora tanto Sousa como Rego tenham optado por pneus para seco, Rego arriscou e bem numa mistura mais macia e conseguiu vencer os dois troços e recuperar algum do atraso, deixando tudo em aberto para a segunda passagem por estes mesmos troços. Aí, já sem grandes dúvidas que a chuva não deveria aparecer de todo, os dois pilotos optaram por misturas idênticas e Bernardo Sousa conseguiu vencer, ainda que por diferença pequena o penúltimo troço parecendo com isso fechar de vez a questão do triunfo.
Mas todos ainda se recordam de Santa Maria e os dois pilotos deram tudo por tudo no troço final – Sousa tirou mais de 15s em relação à 1ª passagem e Rego cerca de 12s! – e fizeram exactamente o mesmo tempo.
No final, 12 segundos separaram os dois pilotos, mas qualquer uma das equipas – Sousa com Valter Cardoso e Rego com Jorge Henriques – mostraram um grande andamento e consistência. Os troços da prova do TAC não são nada fáceis, com zonas muito rápidas e também com zonas muito técnicas, onde qualquer deslize se paga normalmente com uma “visita” aos muros que os ladeiam.
Uma palavra de destaque para Gustavo Louro – acompanhado por Jorge Diniz -, que parecia um menino a quem foi dada uma grande prenda ao ter a possibilidade de pilotar um R5, e logo um Skoda Fabia. Não conseguiu lutar pela vitória mas foi dos que deu mais espectáculo e, a correr em casa, foi, e de longe, o mais acarinhado pelo público.
Nos 2 Rodas Motrizes anda-se forte nos Açores. Ruben Rodrigues – acompanhado pelo seu irmão Estevão - no Peugeot 208 R2 superiorizou-se mais uma vez a Rafael Botelho – acompanhado por Rui Raimundo – no DS3. Pena é que não existam mais apoios para que possam surgir outros pilotos com carros de 2 RM de nova geração. Mas quem “não tem cão, caça com gato” e há nos Açores gente com muita alma para pilotar carros de 2 RM já algo vetustos, mas ainda e sempre bem espectaculares, nomeadamente os Citroen Saxo, de longe o modelo mais numeroso.
No Troféu de Asfalto, o algarvio Paulo Santos venceu, sendo ao mesmo tempo terceiro dos 2RM e primeiro dos VSH na prova do CAR, Nuno Cintra (Renault Clio R3) foi segundo e João Correia (Peugeot 106 XSI) fechou o pódio.
Entre as senhoras, Carla Costa (Renault Clio) foi dominadora… até ao penúltimo troço, pois acabou por desistir, acabando Ana Castro (Toyota Yaris) por “herdar” a vitória. Catarina Esteves (Renault Clio) foi segunda e Sandra Lobão (Toyota Starlet) foi terceira.
Uma palavra final para Luís Pimentel e o seu espectacular Porsche 997 GT3. Não teve uma prova fácil, desistiu com problemas de transmissão mas regressou hoje e já sem qualquer objetivo de classificação limitou-se a encantar os adeptos terceirenses com o ecoar do ronco do motor do belo carro alemão. Podem andar longe dos R5, mas estes GT’s são sempre um regalo para quem os vê (e ouve) passar.
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