O homem forte da Prodrive e também da ISC que detém os direitos de televisão no mundial de ralis, falou em exclusivo ao SportMotores.com sobre o Rali de Portugal, IRC e os S2000.

Antes do projecto Prodrive que trouxe a Subaru para o mundial, Richards esteve envolvido nos ralis, foi navegador tendo inclusive ocupado o banco do lado direito do Ford Escort de Ari Vatanen no ano em que este se sagrou campeão mundial. Pelo seu passado, é natural que David Richards tenha uma visão realista das provas de estrada e também do que deve ou não ser feito para a sobrevivência da disciplina.

Sendo um dos homens da "velha guarda" é natural, que veja com bons olhos a reentrada do Rali de Portugal no calendário mundial. "Estou entusiasmado com o regresso de Portugal ao campeonato do mundo de ralis, já que é um país que tem um lugar na história além dos ralis serem vividos com muito entusiasmo."

David Richards entende que este sentimento não é um exclusivo seu. "Sei que as equipas têm o mesmo sentimento em relação a esta entrada, bem como em relação ao grande esforço feito pela organização para criar uma nova estrutura no Algarve, facto que é muito encorajador."

Sendo um conhecedor do mundial de ralis, para além do facto da Prodrive diversificar cada vez mais a actividade no desporto automóvel, como demonstra o recente interesse na Fórmula 1, David Richards está atento também às novidades nas provas de estrada que vão para além do campeonato principal. Apesar disso, o International Rally Challenge de S2000 passa um pouco ao lado do britânico. "Em relação ao IRC, sabemos pouco sobre esta competição no Reino Unido, e pelo que tenho conhecimento não tem recebido uma divulgação significativa na cobertura mediática" De facto, para além da aposta do canal Eurosport - promotor desta competição, o IRC ainda não tem peso na realidade mundial, sendo um contributo para isso o facto de apenas a Fiat possuir S2000 a correr a nível competitivo.

No entanto, David Richards acredita no futuro dos S2000, já que a base é criar viaturas que permitam a entrada de mais construtores, mas a custos acessíveis aos privados. "O Regulamento dos S2000 foi criado para que os construtores pudessem ter carros equivalentes aos Grupo N em preço e performance. O conceito foi particularmente criado para atrair privados, permitindo aos construtores que não têm possibilidade de construir Grupos N apresentar carros adequados para rali."

Apesar deste conceito que está no papel, David Richards reconhece que há trabalho a fazer para que a prática vá de encontro à teoria. "Estamos nos primórdios dos S2000, mas os indicadores actuais mostram-nos que estes carros são muito caros, podendo mesmo chegar ao dobro do custo de um Grupo N. Há ainda muito trabalho a fazer, também a nível de igualização de performances com os Grupo N, que é algo a que a FIA se propôs conseguir."

Em resumo, uma visão muito realista relativamente ao conceito dos S2000, conceito esse que tem criado muita euforia nos media, mas que na verdade só tem dois construtores a curto prazo: Fiat e Peugeot. Podemos ainda adicionar a Toyota e VW, mas estes possuem modelos que não passam de protótipos pouco evoluídos criados para o campeonato da África do Sul.

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