A falta de competitividade gritante dos Toyota, se bem que esperada por muitos observadores (basta atentar na previsão que o SportMotores.com realizou no passado dia 2), tomou aparentemente de surpresa os responsáveis da equipa sediada em Colónia.
Tsutomu Tomita mostrou-se chocado com a performances dos seus carros, sem que a equipa percebesse o que se passava com eles, reconhecendo que, neste momento, o ambiente no seio da equipa não é o melhor. ”O primeiro fim-de-semana de Grande Prémio de 2006 foi uma forma chocante de iniciar a temporada – não só para a equipa, mas também para os seus fãs (n.d.r.: ainda está por se descobrir uma bandeira do construtor nipónico numa qualquer bancada de um autódromo por onde passe a Fórmula 1!!!!). O carro foi inesperadamente mais lento que muitos dos restantes e nada podíamos fazer para alterar essa situação durante a corrida. Parece que perdemos uma considerável quantidade de performance que conquistámos desde o meio da temporada passada, portanto, temos muito trabalho pela frente para tentar perceber o que se passou. Esta é uma atmosfera muito frustrante, mas tenho a certeza que vamos esforçar-nos para nos tornarmos competitivos nas restantes corridas” afirmou o dirigente da formação de Colónia.
A evidente falta de competitividade dos Toyota TF106 é uma prova cabal de que nem sempre quem gasta mais alcança os melhores resultados, havendo a necessidade de existir alguém que saiba como aproveitar um orçamento monumental, dado que a equipa do construtor nipónico gasta cerca de quinhentos milhões de euros por ano para que os seus carros ganhem cerca de um segundo por volta ao MF1 M16 que tem o mesmo motor e vê investido no seu desenvolvimento menos de cento e cinquenta milhões de dólares, ou seja, muito menos de metade da budget Toyota.
Poderia existir a desculpa de ter trocado os pneus Michelin que usou na temporada passada pelos Bridgestone, mas a Williams está na mesma situação e teve hoje em Shakir uma prestação brilhante. Na verdade Mike Gascoyne já deveria ter colocado o departamento técnico de Colónia a funcionar correctamente, mas não parece que seja isso que está acontecer, havendo já quem garanta, com algum cinismo, que sem ajuda externa a Toyota não sabe construir carros de Fórmula 1.
Heidfeld repreendido pelos Comissários Desportivos
Nick Heidfeld foi um dos protagonistas das muitas lutas que pontuaram o Grande Prémio do Bahrein, tendo, segundo os Comissários Desportivos, levado longe de mais o seu esforço na escaramuça que protagonizou com o David Coulthard.
Os dois pilotos lutaram intensamente pela décima segunda posição ultrapassando-se por diversas vezes, tendo o homem da BMW Sauber em dado momento empurrado o escocês para fora de pista. Os Comissários Desportivos não gostaram e acabaram por repreender o alemão.
Por seu turno, Heidfeld acusou Nico Rosberg do pião que efectuou logo na primeira volta e que o atrasou consideravelmente, tendo, curiosamente, gostado do duelo que travou com Coulthard. ”Obviamente as coisas não começaram da melhor forma, dado que o Nico Rosberg obrigou-me a fazer um pião logo na primeira curva. Perdi muitos lugares e arruinou a minha corrida. Tive a possibilidade de realizar uma recuperação e tive uma luta particularmente excitante com o Coulthard”, apontou o germânico.
Faure abandona a Renault F1
Patrick Faure, o presidente da Renault F1, afirmou após o Grande Prémio de hoje – que foi vencido por Fernando Alonso – que irá abandonar o seu posto na equipa de Fórmula 1 do construtor francês.
” Esta é a última corrida a que assisto. Estou contente por ter saído com uma vitória" afirmou o gaulês ao diário desportivo francês L’Equipe. Faure sempre foi um dos mais acérrimos defensores do programa de Fórmula 1 da Renault e o seu abandono poderá lançar ainda mais dúvidas sobre o projecto que, após a entrada de Carlos Ghosn para a presidência do construtor francês, tem estado bastante periclitante.
Para colocar ainda mais incertezas no futuro da equipa de Enstone, será Alain Dassas, ex-director financeiro da Renault, a assumir o cargo deixado vago por Faure e como se sabe, um contador de dinheiro ao leme de uma equipa de Fórmula 1 raramente dá resultado.
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