Tiago Monteiro conseguiu terminar a sua terceira corrida no Mundial de Formula 1 no Top 10, correndo hoje o Grande Prémio do Bahrain no seu Jordan EJ15 Toyota, em condições muito difíceis com 42º, sendo esta prova considerada a mais quente da história da Formula 1. O piloto português teve uma tarefa bem difícil, ao escolher os pneus macios da Bridgestone, que chegaram ao fim da corrida já num estado liso.

Na segunda sessão de Qualificação realizada de manhã, Tiago Monteiro ganhou uma posição ao passar para a frente do seu colega de equipa Narain Karthikeyan, com uma vantagem no acumulado de tempos, de 0.715s. trocando de lado na grelha de partida. Infelizmente, não foi grande benefício porque o piloto português passou para a parte mais suja da pista.

O 10º lugar de Tiago Monteiro teve direito a uma comemoração especial na equipa Jordan, pois todos estavam sob grande pressão, não acreditando que os pneus aguentassem toda a corrida: “Foi uma corrida terrível, com tanto calor que se fez sentir, tivemos um trabalho tremendo para ir adaptando o carro ao longo da prova para poupar os pneus.
“Foi um resultado muito importante para toda a equipa, uma motivação e uma satisfação geral, pois psicologicamente este Top Ten é sentido como uma vitória.”

Sobre a sua terceira corrida na Formula 1, Tiago Monteiro fez o balanço: “Acho que nunca tinha trabalhado tanto com o volante para manter o carro dentro da pista. As últimas 20 voltas foram muito complicadas e o risco de sair de pista era eminente em cada curva. Conseguimos uma vez mais cumprir os nossos objectivos e foi gratificante a forma como toda a gente da Jordan e da Bridgestone me veio abraçar no fim da corrida.
“Tivemos ao longo do fim-de-semana problemas com o controlo de tracção, e na corrida foi uma dor de cabeça, porque estava demasiado activo e o carro estava preso à saída das curvas, ajudando a estragar os pneus. Tive de fazer uma condução mais cuidada para conseguir chegar ao fim da corrida, por isso é que este 10º lugar foi tão festejado por todos. Foi um grande esforço físico, perdi dois quilos e a partir de meio da corrida já não podia beber a água porque estava a escaldar.
“Todos na Jordan sabemos que há muito trabalho a fazer para evoluir o carro. Vamos experimentar novas peças em dois dias de testes em Paul Ricard e devemos aproveitar bem essa ocasião para adaptar bem o meu carro e simular as voltas de qualificação.
“Penso que a parte mais difícil do campeonato já deve ter passado. Pelo menos para mim. Foram três pistas desconhecidas, o que não ajuda. Na Austrália estive todo fim-de-semana doente, mas consegui terminar a corrida em 16º, que devido ao meu estado de saúde, foi muito bom. Na Malásia, com aquele calor e humidade terríveis terminei em 12º, e hoje na corrida mais quente da história da Formula 1 com pneus macios, conseguir terminar já era muito bom, e alcançar a meta nos 10 melhores foi optimo. O balanço que faço desta primeira fase é muito positivo. Aprendi imenso e estou desejoso de correr nos circuitos europeu que conheço melhor”, concluiu Tiago Monteiro.