No próximo fim-de-semana disputa-se no Bahrain o terceiro Grande Prémio da temporada que poderá ser determinante para o resto da temporada.

Depois de duas corridas disputadas, a grande dominadora tem sido a Renault que alcançou duas vitórias, uma através de Giancarlo Fisichella e outra por Fernando Alonso, e parte para o médio-oriente com o estatuto de principal favorita. Contudo, a formação anglo-francesa não tem tido uma oposição consistente, podendo no circuito de Manama aquilatar-se das possibilidades das suas adversárias.

A Ferrari apresentará este fim-de-semana em competição o seu mais recente monolugar. A equipa transalpina foi humilhada na Malásia, tendo Michael Schumacher terminado num distante sétimo lugar, ao passo que Rubens Barrichello desistiu depois de considerar que o seu F2004M estava inguiável. No entanto, foi a forma como os pneus Bridgestone reagiram ao calor malaio que impediu os carros italianos de se imiscuírem na luta pelas posições cimeiras. Como ficou demonstrado em Melbourne, quando a temperatura da pista não é muito elevada os carros vermelhos, apesar de não estarem ao mesmo nível dos Renault, têm capacidade para lutarem pelos lugares do pódio. No Grande Prémio do Bahrain as temperaturas não deverão ser tão elevadas como em Sepang, mas ainda assim o calor deve-se fazer sentir. A Bridgestone, depois de ter concluído que não esteve bem na Malásia, resolveu apresentar em Manama uma nova família de pneus, no próximo fim-de-semana saberemos se, juntamente com o Ferrari F2005, poderão fazer frente aos Michelin que equipam o Renault R25.

A McLaren Mercedes, à semelhança da Ferrari, tem vindo a desiludir. O MP4-20 é rápido, mas a equipa parece não conseguir explanar todo o seu potencial nas qualificações, o que relega os seus pilotos para posições secundárias na grelha de partida. Para o Grande Prémio que se avizinha, a McLaren terá outra contrariedade, dado que não poderá contar com o concurso de Juan Pablo Montoya, a contas com uma lesão na clavícula. Pedro de la Rosa será o substituto do colombiano e, apesar de ter um profundo conhecimento do MP4-20, será difícil ao espanhol evidenciar o nível que o Touro de Bogotá tem revelado (mesmo se este tem sido autor de um princípio de temporada anónimo), dado que já não disputa uma corrida desde o longínquo ano de 2002.

Após um primeiro Grande Prémio desapontante, a Toyota alcançou na Malásia o seu primeiro pódio em Grandes Prémios. Alguns responsáveis da formação sediada em Colónia já afirmaram que a equipa nipo-germânica está pronta para vencer, mas antes terá que convencer e um resultado no Bahrain do mesmo calibre do que alcançou há quinze dias, será a prova cabal de que a excelente prestação de Jarno Trulli não foi obra do acaso.

Na Williams BMW vive-se um clima de esperança. O FW27 demonstrou nas primeira provas do ano um ritmo superior ao que a equipa esperava e tem preparada para a corrida do próximo fim-de-semana uma nova aerodinâmica para a traseira do monolugar de Grove, dado que era aí que Webber e Heidefeld sentiam menos apoio nos seus carros. Caso o novo pacote aerodinâmico dê os resultados esperados por Gavin Fisher e seus pares, o alemão e o australiano poderão dificultar a vida a Fernando Alonso e a Giancarlo Fisichella.

Em grandes dificuldades está a BAR Honda. O motor japonês continua a ser um dos mais potentes do plantel, mas o chassis da equipa de Brackley não tem a rigidez exigida pelos parâmetros de hoje e será muito difícil a Geoff Willis obviar este problema, sendo certo que até ao final do ano rolem cabeças no seio da BAR, não estando a posição do inglês assegurada. Para o Bahrain, mais uma vez, a BAR Honda deverá ser das equipas da frente a que maiores dificuldades sentirá, não sendo de estranhar que Button e Sato – entretanto regressado – sejam ameaçada pelos pilotos da Red Bull Racing.

A equipa de Dieter Mateschitz está a ter um início de temporada bastante positivo, tendo marcado em dois Grandes Prémios mais pontos que a Jaguar Racing ao longo de toda a temporada passada. No circuito de Shakir David Coulthard e Christian Klien poderão aumentar a conta da formação de Milton Keynes, o que seria a continuação das excelentes prestações que têm vindo a evidenciar.

Os olhos dos portugueses voltarão a estar com Tiago Monteiro. O piloto nacional não tem tido uma estreia fácil no exigente mundo dos Grandes Prémios, tendo sido batido pelo seu companheiro de equipa tanto na Austrália como na Malásia. O portuense mais uma vez parte para um circuito que não conhece, mas terá que tentar inverter a situação a seu favor face a Narain Karthikeyan. Para isso Monteiro terá que conquistar a confiança que lhe tem vindo a faltar nas primeiras provas do ano, dado que não é natural que o nosso compatriota seja batido regularmente pelo indiano, uma vez que na temporada passada o português suplantou categoricamente Karthikeyan no decorrer da World Series by Nissan, campeonato que é disputado com carros idênticos. Tiago Monteiro terá que começar a mostrar o seu real valor e o circuito de Shakir é um bom palco para que isso possa acontecer.

A corrida terá o seu início às 12.30 hora portuguesa e, como se pode constatar, terá muitos motivos de interesse, aconselhando-se que assista ao terceiro Grande Prémio da temporada.