O organizador das 24 Horas de Le Mans, o Automobile Club de l'Ouest, já decidiu e delineou uma visão para que todos os carros que competem pela vitória à geral na prova francesa sejam movidos a hidrogénio até 2030.
De visita às 24 Horas de Fuji, no Japão, o presidente do ACO, Pierre Fillon, declarou a intenção de introduzir progressivamente o novo combustível na prova principal do Campeonato do Mundo de Endurance (WEC) entre 2026 e o início da próxima década. O roteiro que estabeleceu incluiu dois anúncios importantes sobre a nova classe para protótipos movidos a hidrogénio, que o ACO tem vindo a planear desde 2018.
A introdução de uma categoria, que se destina a criar máquinas capazes de vencer a geral desde o início, foi adiada por um ano pela segunda vez e está agora prevista para 2026.
O dirigente francês
confirmou também que os veículos com motores de combustão que utilizam hidrogénio poderão competir juntamente com as máquinas de células de combustível com emissões zero para as quais a classe foi inicialmente prevista.
"Em 2026, teremos uma categoria de hidrogénio em Le Mans ao mesmo nível que a Hypercar", disse Fillon aos jornalistas. "Em Le Mans é importante permitir que os fabricantes testem diferentes tecnologias: é o que acontece há 100 anos e queremos continuar a fazê-lo."
Sem ver no eléctrico uma solução em termos de futuro, o ACO quer apostar no hidrogénio para se manter na "crista da onda" do desenvolvimento da indústria automóvel.
"A ideia é introduzir a categoria H2 progressivamente depois de 2026, e a ideia em 2030 é ter 100% da categoria de topo com hidrogénio", clarificou Fillon.
Esta não é uma intenção nova.
Fillon tem falado abertamente desde o ano passado sobre o desejo de aumentar o âmbito da classe hidrogénio para incorporar motores de combustão interna e não apenas células de combustível, que criam electricidade através da reacção química entre o hidrogénio e o oxigénio.
"A célula de combustível foi inicialmente escolhida pelo seu potencial, que continua a ser relevante", disse o homem forte do ACO em Fuji, no sábado.
"Estamos a anunciar oficialmente que ambas as tecnologias, pilha de combustível e motor de combustão interna a hidrogénio, serão aceites e autorizadas para os fabricantes que desejem participar nas 24 Horas na categoria de hidrogénio".
Acrescentou que o Balanço de Performance (BoP) será utilizado para criar condições de igualdade entre as diferentes tecnologias em uso na classe de hidrogénio e Hypercar a partir de 2026.
Não houve comentários sobre se a categoria de hidrogénio continuará a ser uma fórmula de chassis monomarca. A intenção inicial era que os fabricantes participantes produzissem apenas a célula de combustível do automóvel.
O chassis monomarca foi anunciado como uma joint-venture entre a Red Bull Advanced Technology e o construtor francês ORECA, enquanto a organização franco-suíça GreenGT forneceria os motores eléctricos.
|