O rali da Argentina foi pródigo em casos e acontecimentos anormais, os quais vão muito além do caso da rotunda onde a Ford perdeu o rali de forma quase inacreditável.
Ao longo da semana foram sendo conhecidos mais pormenores deste caso da rotunda. A discussão em torno do desenho do RoadBook começou na reunião das equipas antes do rali começar. Ali, ficou acordado verbalmente que cada equipa abordaria o cruzamento como muito bem entendesse. Foi colocada a hipótese de fechar a estrada à esquerda com pinos de plástico, mas a Ford terá recusado.
A diferença poderá estar mesmo no termo "cruzamento", que aparentemente só foi perfeitamente compreendido pelos homens da Citroen. A maioria das equipas entendeu como "rotunda", pelo que só a Citroen cortou no cruzamento antes mesmo da rotunda.
Malcolm Wilson reclamou, mas depois aceitou as explicações. O que se estranha em todo este processo é o facto de uma manobra que não consta de nenhuma decisão oficial da organização, ser considerada válida, mesmo que representasse uma infracção ao Road-Book. No fundo, na primeira passagem todos efectuaram a passagem de acordo com uma das duas opções do Road-Book, na segunda passagem, os que cortaram não foram penalizados. E convém repetir, apesar de existir desenhos a circular pela internet, não existiu nenhuma decisão oficial da organização a permitir uma abordagem alternativa ao cruzamento em questão. Os 5.000 Euros de multa ao organizador advêem daqui.
Mas as confusões não se ficaram por aqui. Pouco tempo antes da cerimónia do pódio final, a organização ensaiou todo o procedimento. Durante este ensaio, a estrutura metálica que servia de tunel do pódio tombou com o vento em cima das modelos que iriam abrilhantar a chegada. O resultado foram sete meninas transportadas para o hospital, felizmente nenhuma viu ferimentos graves diagnosticados.
Mas o final da prova estava mesmo destinado a ser problemático. A bandeira finlandesa foi asteada numa posição que não estava correcta. Na foto de familia da Citroen no pódio, um cão vadio juntou-se ao staff da Citroen que posava para as fotos. Jari Matti Latvala quase atirou o Fiesta abaixo do pódio, ao tentar sair do mesmo com as rodas desalinhadas em relação aos passadiços que serviam de rampa de saída.
E por ultimo, Sebastien Ogier deu origem a duvidas ao surgir na chegada com o seu Citroen DS3 WRC sem a asa traseira. A Citroen foi chamada ao Colégio de Comissários para explicar que após o capotanço de Ogier, não foi possível fixar a asa traseira para o carro se dirigir para o pódio. A explicação foi aceite e o caso encerrado.
Foi um rali problemático para os organizadores argentinos, os quais certamente terão um relatório do observador bem pior do que esperavam. O regresso ao mundial não correu bem.
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