Se há edição do Vodafone Rali de Portugal em que é difícil apontar apenas um ou dois nomes favoritos ao triunfo final, essa edição é a deste ano.
Edição comemorativa dos 50 anos do WRC ainda tem o aliciante de as perspetivas estarem todas baralhadas. Por um lado temos carros novos a serem descobertos, por outro um bom lote de pilotos aos quais se junta o regresso de Sebastien Loeb e Sebastien Ogier, dois outsiders de muito respeito.
Comecemos pelos carros, o Toyota é o que tem mostrado maior competitividade e fiabilidade, o Ford parece evidenciar a falta de um piloto de topo depois da exibição de Loeb em Monte Carlo. O Hyundai tem mostrado progressos tanto em termos de fiabilidade como competitividade depois do desastre que foi a prova monegasca, mas até agora ainda não chegou.
Mas para estes novos Rally1 Portugal é a "prova de fogo", a primeira aparição em pisos de terra e logo daqueles que nas segundas passagens se podem tornar demolidores. A prova lusa é um bom indicador para o resto do campeonato, pois a terra é a maioria dos pisos do WRC.
Pisos duros mas também calor a juntar-se ao desafio, já que na 6ª e Sábado os troços onde a prova passa prevêem máximas de 30 graus. Será um bom teste aos sistemas híbridos, mas também uma oportunidade de ver o resultado do trabalho dos engenheiros em condições que o WRC deste ano ainda não teve. E obviamente um teste também ao novo produto da Pirelli para pisos de terra.
Quanto a pilotos as atenções recaem obviamente sobre os dois Sebastien, os quais afastam o favoritismo. Loeb e Ogier necessitam de recuperar ritmo, mas o campeão em título parte mais recuado e isso pode fazer a diferença nos troços da zona Centro.
Na Toyota Kalle Rovenpera vem de duas vitórias e mostrou no ano passado na Grécia que nos pisos de terra menos rápidos e mais duros também consegue ser arrasador. Elfyn Evans necessita urgentemente de uma boa exibição sem problemas e sem erros.
Na Hyundai Dani Sordo faz a primeira prova do ano e como tal parte muito recuado, o que pode colocá-lo como a lebre dos i20 Rally1 na 1ª etapa. Thierry Neuville tem mostrado mais força anímica que Ott Tanak, com o estónio a estar muito apagado e muito massacrado com os problemas do Hyundai. Se o carro ajudar podem ser dois nomes a "ressuscitar" com força.
Na M-Sport Ford Craig Breen está na mesma posição em que se encontra Evans, mas o irlandês quase só precisa de uma boa exibição sua, porque o Puma Rally1 não tem sido problemático. Gus Greensmith não tem desiludido nem surpreendido, já Adrien Fourmaux arranca em Portugal sem margem nenhuma para errar depois de dois ralis onde acabou fora de estrada.
Não esquecer os Rally2 onde Andreas Mikkelsen é o homem a bater, e os WRC3 e WRC3 Junior.
Em termos de CPR Armindo Araújo tem o favoritismo a dar-lhe a esperança de reforçar a sua liderança no campeonato com o resultado obtido na 1ª etapa.
As competições monomarca ibéricas da Peugeot e Toyota também têm a sua jornada na 1ª etapa da prova.
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