Após a extraordinária corrida do passado fim-de-semana, o circuito de Xangai é o palco do último Grande Prémio da temporada, tendo ainda a McLaren Mercedes e a Renault que discutir entre si a questão do título de Construtores.

O circuito chinês, mais um projecto do arquitecto alemão Hermann Tilke, apresenta um traçado com um vasto leque de tipos de curvas que parece assentar que nem uma luva aos McLaren MP4-20 Mercedes, que se sentem particularmente à vontade em circuitos tecnicamente exigentes. Porém, o Grande Prémio da China reveste-se de uma especificidade única – é o último da temporada – e algumas equipas irão ter ao seu dispor de motores muito especiais, sendo a Renault uma delas.

Os homens de Viry-Châtillon, aproveitando a possibilidade dos seus pilotos montarem nos seus carros propulsores frescos, desenvolveram um motor especial para a prova chinesa com os níveis de potência acrescidos, dado que terá que completar apenas cerca de setecentos quilómetros contra os mil quatrocentos habituais. Com esta subida de competitividade, Fernando Alonso e Giancarlo Fisichella poderão defenderem a magra vantagem detida pela equipa liderada por Flavio Briatore no Campeonato de Construtores, que actualmente se cifra em dois pontos.

Kimi Raikkonen e Juan Pablo Montoya deverão ter ao seu dispor, à semelhança do que tem acontecido ao longo da maior parte da temporada, o carro mais competitivo de todo o plantel, porém, qualquer um deles tem que lidar com algumas preocupações. O colombiano foi o primeiro a abandonar no Grande Prémio do Japão e, portanto com a exclusão de Sato da classificação da corrida nipónica, será o segundo a entrar em pista na Qualificação do próximo sábado, o que é uma desvantagem especialmente num circuito muito pouco utilizado. Por seu lado, Raikkonen tem nas suas costas um motor que sofreu bastante durante a fantástica recuperação que o finlandês protagonizou em Suzuka. Para agravar ainda mais a sua situação, na corrida nipónica a sexta relação da caixa de velocidades do carro do Iceman era muito curta esforçando ainda mais o motor Mercedes, que tanto problemas tem causado ao Vice-Campeão de 2005. Colocando tudo isto em perspectiva é evidente que a performance dos carros de Woking está condicionada.

Serão estes os pilotos sobre quem todas as atenções estarão centradas, dado que serão eles que representarão as suas equipas na luta pelas honras do Campeonato de Construtores. No entanto, poderão haver outros motivos de interesse na corrida de Xangai, podendo a Ferrari, a BAR Honda, a Toyota e a Williams BMW animar o segundo pelotão.

Tiago Monteiro encontrará em Xangai mais um circuito desconhecido para si, mas desta feita estará em igualdade de circunstâncias com Narain Karthikeyan, o seu colega de equipa. O Jordan EJ 15B Toyota foi um claro passo em frente, relativamente à versão que o precedeu, mas não permitirá ao piloto português em circunstâncias normais bater-se com outros carros que não os Minardi, esperando-se que possa mais uma vez impor-se na luta que tem vindo a protagonizar ao longo de toda a temporada com os pilotos da Minardi e com o seu colega de equipa.

A corrida do próximo fim-de-semana dificilmente será tão emocionante e intensa como o Grande Prémio do Japão, mas terá o condão de decidir quem irá levar para casa o título de construtores e qualquer uma das equipas que tem ainda possibilidades de se impor venderá muito cara a derrota.

Pilotos com motores novos no Grande Prémio do China
Nº EQUIPA PILOTO
01 Ferrari Michael Schumacher
02 Ferrari Rubens Barrichello
04 BAR Honda Takuma Sato
05 Renault Fernando Alonso
06 Renault Giancarlo Fisichella
08 Williams BMW Pizzonia
10 Montoya McLaren Mercedes
12 Sauber Petronas Massa
15 Red Bull Racing Cosworth Klien
16 Toyota Trulli