O anúncio do Automobile Club de l'Ouest (ACO), respeitante à futura categoria LMGT3, realizado na véspera da prova do centenário das 24 Horas de Le Mans, foi deveras interessante pela sua subtileza.
Sem dizer tudo, o ACO focou-se na ideia que só aceitará dois carros por marca inscritos nesta categoria a tempo inteiro no Campeonato do Mundo FIA de Endurance (WEC). O que foi anunciado, e algo mais, se houver, merece ratificação em Conselho Mundial da FIA, a acontecer este mês de Junho.
Curiosamente, o clube francês nada disse sobre os kit aerodinâmicos que propôs como obrigatórios na conferência de imprensa de 2022 e que as marcas, na sua grande maioria, se mostraram contra, com a excepção da Toyota e da Mercedes-AMG.
Em segundo lugar, o acesso dos construtores à nova classe LMGT3 foi alterado. Até aqui, a retórica era que apenas os construtores representados na classe Hypercar - BMW, Ferrari, GM, Lamborghini e Porsche - seriam autorizados a competir na classe que ocupará o lugar da terminal LMGTE.
Todavia, na realidade, todos os construtores estarão autorizados a participar na classe LMGT3 do WEC, desde que tenham deixado uma pegada significativa em provas do ACO nos últimos dez anos - o que abre a porta à Aston Martin e à Ford.
O ACO planeia para o próximo ano um máximo de 38 carros a tempo inteiro para o seu campeonato mundial, com um máximo de 12 a 14 carros GT3. Cada construtor receberá no máximo duas inscrições para a temporada completa, e apenas em Le Mans serão autorizados mais GT3 na grelha de partida, mais carros por construtor e provenientes de outras marcas.
Todas estas decisões permitem que novas marcas participem nas 24 Horas de Le Mans do próximo ano, como por exemplo a Mercedes ou a McLaren, dois construtores que manifestaram interesse na prova rainha da resistência a nível mundial.
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