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F1: Ayrton Senna morreu há 30 anos - Duas histórias dos bastidores
Data: 01/05/2024 23:48

Passam 30 anos da morte de Ayrton Senna em Imola, mas também da morte de Roland Ratzenberger no dia anterior.

Foi talvez o momento mais marcante da história da Fórmula 1, a morte de dois pilotos num único fim de semana sendo um deles a principal estrela do campeonato e uma das principais estrelas da história desta disciplina.

Na altura muito se falou se Senna teria morrido na pista ou no hospital, mas veio-se a saber que foi na pista ainda que oficialmente e por questões legais (a pista teria de ser selada com o público lá dentro) não foi declarado morto no circuito.

Passados 30 anos a assessora de imprensa de Senna conta numa entrevista à versão brasileira do site Motorsport.com como ficou a saber da verdade momentos depois do acidente.

Betise Assumpção trabalhou com Senna de 1989 até à morte do brasileiro e recorda que naquele dia "quando o acidente aconteceu eu estava na sala de imprensa. Eu via sempre as corridas lá. Lembro-me que peguei minha bolsa e disse que Ayrton iria estar de mau humor de novo (Já tinha ficado no dia anterior quando se deu o acidente de Ratzenberger). Quando ele desistia eu tentava descobrir onde tinha sido para saber por onde ele iria chegar às boxes, e tentei fazer isso para ir ter com ele quando chegasse e descobrir o estado de humor dele"."

Só que "desci às boxes e ele não saía do carro. Aí uma pessoa começa a ficar preocupada. E ele teve um espasmo no carro, mexeu a cabeça. E alguém disse: ‘bom, ele está vivo, mexeu a cabeça’. Eu não sabia que ele estava inconsciente. Então chegou o Leonardo, o irmão dele, também na procura de informações, mas ninguém sabia nada."

Decidem ir para a torre tentar saber algo e "foi quando o Bernie Ecclestone nos viu e apontou para o Leonardo dizendo que queria falar com ele." Betise quis acompanhar a conversa já que Leonardo Senna não falava inglês, Ecclestone não queria mas acabou por aceder.

E poucos minutos depois do acidente, naquela conversa "o Bernie disse para o Léo que o Ayrton tinha morrido, mas que não seria revelado porque não podia parar a corrida. Era uma lei na Itália, nem sei se ainda é válida hoje. Dali fomos para o hospital, o Léo contou à família por telefone. Mas teve um incidente com um assessor da FIA no entretanto".

E esse incidente com o assessor da FIA mostrou como tudo estava mantido em segredo absoluto. "Ele entra na motorhome nessa altura e pergunta o que está a acontecer porque ele tinha visto a mulher do Bernie a chorar, e o Bernie também, e o Léo meio fora de si. E o Bernie contou para ele, mas ela disse que não. Ele disse que que não era isso que ele tinha dito na sala de imprensa, que ele tinha dito que o Ayrton tinha batido com a cabeça. O Bernie disse 'He’s dead' (Ele está morto). E ele disse 'He’s hit his head' (Ele bateu com a cabeça). Foi aí que o Bernie Ecclestone percebeu que não nos deveria ter contado".

O sentimento de culpa de Max Angelelli

Mas outra depoimento curioso foi o de Max Angelelli o piloto do Safety-car que tinha Charlie Whiting ao seu lado.

No arranque do Grande Prémio de Imola deu-se o acidente de Pedro Lamy em JJ Lehto que tinha ficado parado na grelha. Entrou o safety car e nas 4 voltas seguintes viu-se mais que uma vez Senna a ultrapassar o safety car pedindo para andar mais depressa. Só que dentro do Opel Vectra onde seguiam os dois o sentimento era de pânico.

Angelelli explicou no livro "Senna: The truths" (Senna: As verdades), escrito por Franco Nugnes, do Motorsport.com Itália que quando chegou a Imola e viu que o Safety-car era um Opel Vectra de 204cv e 1350kg de peso completamente de série, ficou preocupado.

Quando foi dar umas voltas com o carro "foi um verdadeiro desastre. Nas duas descidas [da Acque Minerali e Rivazza]era preciso uma 'âncora' para parar. No final da segunda volta, os travões superaqueceram e o pedal ficou esponjoso, o que aumentou as distâncias de travagem. Eu estava preocupado, mas vi que meu medo não provocou nenhuma reação nos outros."

Angelelli conseguiu entre o pelotão da Porsche Super Cup um 911 para essa função, chegou mesmo a colar as letras no Porsche mas acabou impedido de o usar. "Eu ainda era jovem e obviamente não entendia certas dinâmicas. Havia acordos comerciais que eu desconhecia. Para mim, simplesmente, o Opel Vectra não era adequado para ser o carro de segurança."

No Domingo logo após o acidente de Lamy "entramos na pista e reduzimos a velocidade, esperando que os carros chegassem atrás de nós. Pelo retrovisor vi o Williams de Senna a aproximar-se. Aumentei a velocidade, mas, ciente das limitações do carro, não andei a 100% porque não tinha ideia de quanto tempo teria de ficar na pista. Eu sabia que os travõess não aguentariam mais do que algumas voltas, então tentei ser conservador a a travar."

Com o Opel a não conseguir ultrapasar os 130km/h na subida da variante alta. "Senna, que liderava o grupo, pôs-se ao nosso lado, como fez várias vezes depois, mostrando-me o punho e dizendo-me para ir mais rápido. Estou reavivando lembranças que eu esperava ter apagado da minha memória: Charlie e eu fomos os últimos a olhar Ayrton nos olhos!"

Angelelli relembra que à 3ª volta pôs as rodas na relva e percebeu que tinha de parar, mas a direção de prova obrigou-o a manter-se em pista ainda mais devagar. "No final da quarta volta eles finalmente deram-nos a ordem de voltar às boxes para que a corrida pudesse recomeçar. Estacionei o Opel, desliguei-o e ele não voltou a funcionar."

Depois do acidente de Senna nos minutos seguintes "durante anos senti remorso pelo acidente. Achei que os pneus dele tinham perdido pressão e isso fez com que o carro batesse nas lombadas da Tamburello e então talvez algo tivesse partido antes de sair da pista. O acidente ocorreu no início da terceira volta após o reinício, portanto a sétima da corrida, e não ficou claro para mim se naquele momento os pneus deveriam ter recuperado a pressão e a temperatura corretas para garantir uma boa aderência."

Angelleli falou no próprio dia com Gianni Morbidelli que corria pela Footwork que lhe garantiu que logo no reinício "fizemos a Tamburello sem problemas."

Só que os homens do safety-car ainda viriam a ser convocados pelos advogados da Williams. "Tive a sensação de que era uma tentativa de desviar a atenção do que tinha acontecido para uma manipulação do papel do safety car que tinha sido muito lento e tinha causado uma perda de pressão nos pneus que fez com que a Williams saísse da pista."

A velocidade do safety car foi devidamente descartada como um fator que contribuiu para o acidente de Senna, mas isso não impediu que as emoções daquele dia afetassem Angelelli por muitos anos.



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