Fique com um segundo bloco de soltas do Rali Terras d´Aboboreira, a sexta prova do CPR.
Nomes dos concorrentes espanhóis:
Este é um tema recorrente e sobre o qual já escrevemos várias vezes. Infelizmente sem qualquer resultado ao ver o que se passou no Terras d´Aboboreira. Se na lista de inscritos os nomes dos concorrentes espanhóis estavam correctos, o que é de destacar, pois é quase uma novidade, no site oficial dos tempos online, replicado na app oficial, os nomes dos pilotos espanhóis mais uma vez apareceram todos trocados. Terão participado pilotos como José Olivares, Juan Iglesias, Daniel Villaron e Juan Gonzalez! Conhecem-nos? Acredito que não. Eu com esses nomes também não conheço! De novo vou explicar: em Espanha, os apelidos aparecem em posição inversa ao que é habitual em Portugal, sendo que por isso o último nome é o apelido da mãe, mas quase todos os pilotos usam como nome oficial nos ralis o apelido do pai. Não é difícil perceber isto! Fica a pergunta: Durante quanto tempo mais vai a FPAK permitir que uma empresa por si contratada continue a cometer estes sucessivos erros?
Público (quase) zero:
Há pelo menos quatro décadas a seguir o “Nacional” de ralis, o Terras d’Aboboreira foi talvez o rali onde vi menos público. Não que não houvesse público, mas o seu número foi mesmo muito reduzido. Circulava-se nas estradas de ligação para os acessos aos troços sem quase encontrar carros, chegava-se junto aos troços sem qualquer problema. Até as forças de autoridade, tal a pouca pressão do público, pareciam estar num registo bem diferente do habitual, muito mais relaxado, até porque os poucos presentes, pelo menos nos quatro locais diferentes onde estive, cumpriam as normas de segurança e as regras de distanciamento social, usando, na sua esmagadora maioria, máscara.
Pirâmide invertida:
Ter 17 viaturas R5 inscritas é muito bom, mas…
Se ninguém quer que a qualidade dos carros inscritos no CPR seja uma pirâmide, a utilização desta analogia serve para vermos o quanto os ralis do CPR têm uma participação desproporcionada. Ter 28 inscritos é curto, mais ainda quando 5 são estrangeiros, e dos nacionais, a maioria nem disputa o campeonato. Agora ter entre os 28 inscritos, 17 viaturas R5 e apenas 11 de outras categorias é uma verdadeira pirâmide invertida, ficando cada vez mais a ideia que o CPR é (quase) só para “ricos”. Há uns anos, um destacado dirigente federativo (que já não está entre nós) disse que o desporto automóvel não era para remediados! Passados todos estes anos, a sua afirmação continua muito actual! Vendo o que se passa ao nosso lado, em Espanha e em França, por cá há todo um longo caminho a percorrer para invertemos esta situação… mas duvido que haja quem o queira fazer!
Terra Vs. Asfalto:
O CAA entrou no CPR com a obrigação de fazer uma prova em asfalto. Ora a prova do CAA sempre tinha sido uma excelente rali de terra. Provou-o de novo este ano, pois na região a “matéria-prima” abunda e os troços em terra são muito bons, embora o Marão tenha algumas partes com piso muito duro. Porém, e na minha opinião, se claramente o Terras d’Aboboreira nasceu para ser um rali de terra, as suas duas edições no CPR em asfalto não desmereceram, muito pelo contrário, pois o CAA encontrou bons e competitivos troços, pelo que esta é uma região em que facilmente se podem delinear ralis de terra e ralis de asfalto.
