Na tarde de ontem, Jim Glickenhaus cumpriu o sonho de obter um pódio nas 24 Horas de Le Mans. O brasileiro Pipo Derani não estava no carro que contribuiu para o feito do apaixonado americano, mas o piloto lusófono também esteve em destaque.
Correndo pela Glickenhaus Racing, ao lado dos franceses Olivier Pla e Romain Dumas, Derani repetiu o resultado do ano passado, quando fez a sua primeira prova com a equipa americana na categoria Hypercar. Este ano, Derani e o #708 Glickenhaus Racing 007 LMH mostraram um ritmo ainda melhor e conseguiram virar tempos similares aos Toyotas em algumas alturas da corrida.
O brasileiro completou vários excelentes "stints" ao volante do Glickenhaus e registou a sua volta mais rápida em 3min28s311, que foi melhor que as que os vencedores Sebastien Buemi e Ryo Hirakawa conseguiram na corrida.
A equipa onde estava o brasileiro, no entanto, perdeu algum tempo com um incidente, perto da meia-noite, após estar um bom tempo confortável na terceira posição. Além disso, alguns desafios na parte técnica obrigaram os pilotos a fazerem alguns ajustes, mas ao final da disputa a equipe americana estava totalmente satisfeita com os terceiro e quarto lugares conquistados em sua segunda 24 Horas de Le Mans.
“Estou feliz e orgulhoso de que a Glickenhaus Raicng tenha terminado com seus dois carros nestas posições tão fortes novamente”, comentou Derani. “Mostramos um ritmo realmente forte a semana toda e devemos estar felizes com o que conquistamos, considerando que conseguimos dividir um pódio à geral com a Toyota”, continuou o brasileiro, de 28 anos, que disputou a sua sétima 24 Horas de Le Mans.
“É uma grande realização para uma equipa e fabricante pequena”, lembrou o brasileiro. “Do nosso lado, enfrentamos algumas pequenas dificuldades com o carro #708, mas isso diz muito sobre a importância deste quarto lugar novamente. Estamos felizes com a recuperação e o resultado. Então, agradeço a toda a equipe por seu esforço incrível nos últimos meses”, completou.
Além das conquistas na pista, Derani também foi muito elogiado por seus esforços em levantar fundos para o Hospital do GRAACC, em São Paulo, referência em tratamento de casos de alta complexidade de câncer infantojuvenil no Brasil.
O brasileiro ganhou um prémio de reconhecimento especial dos organizadores de Le Mans, ACO, pela ação. O capacete que Derani usou na corrida, especialmente pintado pelo artista francês Jisbar, foi leiloado e arrecadou 13,122 mil dólares (aproximadamente 65 mil reais), que serão destinados ao GRAACC, para que o hospital continue fazendo o seu trabalho.
A Glickenhaus conseguiu o derradeiro lugar do pódio na 90ª edição das 24 horas de Le Mans – através de Franck Mailleux, Ryan Briscoe e Richard Westbrook – mas nunca conseguiu representar qualquer tipo de ameaça ao domínio avassalador da Toyota, tendo este carro perdido cinco voltas para os dois primeiros.
A Joest Racing regressou ao pódio à geral de Le Mans, com a equipa alemã a prestar apoio operacional e membros técnicos à Glickenhaus Racing. Os seus últimos três primeiros lugares na corrida ocorreram em 2016 como a equipa da fábrica Audi na altura da classe LMP1.
O Glickenhaus de Derani lutou com uma questão que dificultou a regulação da sua velocidade sob zonas lentas. "Tivemos algumas falhas que nos impediram de chegarmos à velocidade permitida", disse Pipo Derani. "Perdemos lá muito tempo durante a corrida".
O melhor carro da equipa Glickenhaus Racing não marcou pontos para o FIA WEC devido ao facto da sua inscrição ser apenas para Le Mans. Isto permitiu à tripulação do Alpine manter a liderança do campeonato ao marcar 24 pontos para o quarto lugar, em vez de 20 pontos que refletem a sua quinta posição à chegada.
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