Kris Meeke venceu e convenceu no Terras d'Aboboreira. Venceu a prova à frente de mundialistas de respeito e a nível do CPR “deu um calendário”. Hugo Lopes “imitou” Meeke e dominou entre os 2 Rodas Motrizes.

Dum capotanço na qualificação até uma liderança dominadora, foi um pequeno passo para Kris Meeke. Um furo hoje ainda fez com a sua liderança ficasse encurtada, não para o CPR, onde a diferença para os demais pilotos foi abissal, mas para os mais rápidos pilotos mundialistas presentes. Mas na última seção da prova rapidamente Meeke repôs as diferenças e acabou por vencer. Claro que os pilotos mundialistas vieram à prova do Clube Automóvel de Amarante (CAA) com o único propósito de preparação do Rali de Portugal e para além disso os pneumáticos por eles usados – Pirelli - serão mais resistentes mas menos performantes do que os usados no CPR, e isso pode ter tido alguma influência, mas o que fica é que o piloto norte-irlandês continua a ser protagonista em qualquer prova em que participe, capaz do melhor mas também do pior, algo que o guindou a ser reconhecido como dos pilotos mais rápidos do WRC mas também dos mais inconsistentes, e isso acabou por fazer truncar a sua carreira ao mais alto nível. Mas que Meeke continua muito rápido e claramente vários degraus acima dos seus adversários no CPR, especialmente em pisos de terra, isso ninguém pode pôr em causa.

Numa prova que só pecou para os adeptos por dificultar, pela sua estrutura, o “saltar” entre troços, para além da espetacularidade das passagens de Dani Sordo ao volante do Hyundai i20 Rally1, teve a presença de alguns dos protagonistas do WRC2, que proporcionaram lutas aguerridas e um espetáculo de nível superior. No final, Loubet, em estreia no Skoda Fabia, foi o melhor [depois de Meeke, claro], batendo Yohan Rossel (Citroen C3) por 13,2s. Já um pouco mais afastado ficou Nikolay Gryazin (Citroen C3) e Josh McErlean (Skoda Fabia) – que não sendo um nome tão sonante, teve um excelente desempenho. Na estreia do Toyota Yaris Rally2 em solo nacional, Jan Solans mostrou excelente andamento mas teve alguns percalços, entre eles um furo, que o atrasaram, ficando a escassos 6,2s do irlandês.

Sétimo da geral, mais uma vez segundo nas contas do CPR, Armindo Araújo (Skoda Fabia), cedo percebeu que Meeke estava noutro planeta, como tal procurou segurar a segunda posição. Porém um “anticiclone dos Açores”, de seu nome Rúben Rodrigues (Skoda Fabia), até ter sofrido um furo, esteve a excelente nível e conseguiu “pôr em sentido” o piloto de Santo Tirso. Embora tenha acabado por abandonar, depois de ter mostrado já um grande andamento em Fafe, Rúben Rodrigues esteve a grande nível na Aboboreira. Espera-se que seja possível que as forças vivas dos Açores possam vir a apoiar este piloto que pode ser um digno sucessor de Ricardo Moura no CPR.

Para os outros dois candidatos ao título do CPR, a prova do CAA foi muito madrasta: José Pedro Fontes partiu uma suspensão traseira do seu Citroen C3 e foi obrigado a abandonar; Ricardo Teodósio, passou a prova com problemas elétricos no seu Hyundai i20, que lhe retiraram qualquer veleidade de um bom resultado e quando, pela primeira vez, no troço da Aboboreira 1, o Hyundai pareceu estar a 100% , acabou por sofrer um aparatoso despiste, com o Hyundai a dar várias voltas sobre si – algumas no ar – ficando logo por ali.

Sendo assim, acabou por ser Pedro Almeida (Skoda Fabia) a conseguir o último lugar do pódio do CPR, sendo também o terceiro na Power Stage, que foi ganha (para o CPR) por Meeke, seguido por Armindo Araújo. Na quarta posição do CPR, a apenas 9,8s de Almeida ficou Lucas Simões (Ford Fiesta). Ernesto Cunha (Skoda Fabia) fechou o Top5 do CPR.

Entre os 2 Rodas Motrizes, mais uma lição de mestria do viseense Hugo Lopes (Peugeot 208) que dominou a seu bel-prazer várias competições, deste o CPR 2RM, o campeonato Júnior, a Peugeot Rally Cup Iberia e a Peugeot Rally Cup Portugal. Pode-se mesmo dizer que Hugo Lopes “imitou” Kris Meeke, tal o domínio exercido. Já agora, quando se fala de jovens pilotos, convém alargar horizontes e perceber que há vários pilotos com muito potencial, assim surjam apoios extra-familiares – nem todos nasceram num berço de ouro!... Hugo Lopes tem demonstrado que é um dos pilotos que tem mais potencial, pena será, que tal como vários outros anteriormente, se venha a perder, por falta de apoios.

No CPR 2RM, Sérgio Dias foi segundo e o piloto local Emanuel Figueiredo - sempre muito competitivo, mas que, por falta de apoios (mais um!), raramente faz ralis – fechou o pódio.

Na Peugeot Rally Cup Portugal e na Peugeot Rally Cup Iberia, ambas vencidas por Hugo Lopes em seguida ficou Álex Español e em terceiro Miguel García. Na TGR Iberian Cup, domínio total de Bruno Bulacia (mais um que “imitou” Kris Meeke), seguido por Miguel Campos e Pedro Lago Vieira.

No campeonato Promo, vitória para João Araújo (Ford Fiesta N5) seguido por Henrique Silva (Mitsubishi Evo IX) e João Colaço (Peugeot 208 R2). No campeonato de Clássicos, vitória do único sobrevivente, José Merceano (Mitsubishi Evo IV).