Depois do ERC, Fafe regressa apenas com o CPR mas mesmo assim apresenta uma lista de inscritos bem recheada. CPR que mesmo se bem preenchido de concorrentes, tem algumas ausências de vulto.

Depois de termos tido em 2023, fruto do ERC, mais de 40 viaturas Rally2, - uma delas pilotada (e bem) pelo saudoso Craig Breen - este ano, com a prova do Demoporto a deixar o ERC, mesmo assim teremos em Fafe 20 dessas viaturas, devido também à presença de algumas equipas estrangeiras. E começando pelos estrangeiros, sempre bem-vindos às nossas provas, Kris Meeke que irá de novo disputar todo o campeonato – pelo continuado empenho da Hyundai no CPR, o que é de realçar - pelo que se viu no ano passado, afigura-se como o principal favorito, mas nesta prova, em condições normais, até porque não “rouba” pontos para o CPR, o piloto Citroen, Marco Bulacia, é claramente um dos mais favoritos, tudo dependendo da forma como o piloto boliviano encarar a prova de Fafe, onde recorde-se irá preparar a sua participação no Rali de Portugal, no âmbito do supercompetitivo WRC2.

Anunciada mas não se tendo confirmado a presença de Pepe López, que a ter acontecido seria, mesmo sendo uma prova em terra, claramente um dos favoritos à vitória, nenhum dos outros estrangeiros presentes parece ter potencial para lutar pela vitória ou até pelos restantes lugares do pódio, mas haverá sempre alguma curiosidade em acompanhar o desempenho do jovem Sergi Pérez, vencedor da Copa Ibérica Peugeot 2023, a fazer a segunda prova num Hyundai i20 Rally2.

Assim será com os mesmos de (quase) sempre que Fafe (e o CPR) irá viver, com Ricardo Teodósio, Armindo Araújo e José Pedro Fontes (juntamente com Kris Meeke) a serem os principais candidatos à vitória. Nesta primeira fase do campeonato, em terra, pelo histórico dos últimos anos, José Pedro Fontes é, à partida, o menos candidato! Já quando chegar a fase de asfalto, o piloto da Citroen costuma transfigurar-se e assumir-se como um fortíssimo candidato à vitória e ao título.

Como todos já se deram conta, nesta enumeração de favoritos não consta um piloto que muitos apontavam, até pela diferença de idade para os pilotos anteriormente citados, como potencial futuro campeão nacional. Falamos de Miguel Correia que suspendeu a sua participação no CPR. Mas também falta um dos animadores do ano passado, e sempre candidato aos lugares do pódio, Bernardo Sousa.

Mesmo se teremos o regresso, embora, para já, não a tempo inteiro, de João Barros (VW Polo) e se mesmo Ernesto Cunha passou finalmente para um Rally2, claramente o CPR perdeu dois concorrentes de peso e, como tal, estará mais fraco. Até porque tarda em aparecer gente mais nova com meios para conseguir lutar com os “veteranos” que têm dominado o campeonato. Pedro Almeida tem a juventude pelo seu lado, falta saber se conseguirá evoluir mais e andar próximo dos mais rápidos. Fazer carreira nos ralis em Portugal é algo que não existe, a não ser que se tenha um forte suporte financeiro, quase sempre de origem familiar. Veja-se o que aconteceu a Miguel Correia e o que está a acontecer com Gonçalo Henriques, que muitos dizem poder ser “o tal” (quantas vezes já ouvimos isto…), mas que depois de ter subido dois degraus em 2023 (começando num Rally5 como estava previsto, mas, muito à portuguesa, rapidamente passar para um Rally4) e ter mesmo conseguido o título no CPR2, chega a 2024 e, segundo as suas palavras, nem a repetição do CPR2 tem garantida. Alguém falou mesmo em fazer carreira nos ralis!?...

Gonçalo Henriques que será, pelo menos em Fafe, um dos protagonistas do CPR2, campeonato que deverá manter o nível de competitividade de 2023 (embora também aqui se lamente a ausência de um dos principais protagonistas dos últimos anos, Ricardo Sousa). Esperemos que isso se confirme e os (na maioria) jovens e aguerridos pilotos continuem a dar um bom espectáculo. No CPR2 teremos também como competições que abastecerão as provas, a Copa Peugeot e mais tarde, já no asfalto o Troféu Renault, embora neste caso com os Rally5 - um carro ideal para orçamentos mais limitados e para jovens iniciados (alguma nostalgia nesta designação...).

Depois de ter havido o bom senso de retirar os campeonatos Start das provas do CPR (à excepção do Algarve), Fafe terá os concorrentes do campeonato Promo, mas apenas 11 responderam “à chamada”, 4 dos quais se apresentam em viaturas N5. Entre eles o campeão em título, o veteraníssimo, mas sempre muito rápido e consistente, Adruzilo Lopes que será o principal favorito ao título. Nesta prova, a presença do lituano Martynas Samsonas, sempre muito rápido e espectacular, em condições normais não deverá ter adversários, e não fosse o facto de partir tão atrás – e ainda mais com os pisos que, devido à chuva que se prevê, deverão ficar bem enlameados e algo destruídos – talvez pudesse surpreender vários dos pilotos dos Rally2, mas mesmo assim…

Atenção especial merecerá a Copa Ibérica Toyota, em Fafe com 10 equipas, sendo que o mais novo dos irmãos Bulacia e o regressado Pep Bassas assumem o maior favoritismo. Competição criada este ano, o Masters (para pilotos com mais de 50 anos) terá apenas 2 concorrentes: Paulo Neto e Diogo Salvi. Já outra competição criada este ano, a Challenge R5/S2000 ficou em branco.

Num rali que, à excepção de Viera do Minho, manteve o apoio das autarquias tal como acontecia na prova do ERC, e com a diminuição quase para metade da quilometragem competitiva, o Demoporto teve que ser muito criativo para “encaixar” a prova em 4 concelhos [Fafe, Felgueiras, Boticas e Cabeceiras de Basto] sem que a quilometragem de ligações se mantivesse “à ERC”.

O centro nevrálgico da prova mantém-se em Fafe, mas a partida será em Boticas e na sexta-feira, a maioria da parte competitiva - duas especiais - será no concelho transmontano.

O dia começará bem cedo [8:00] com o Treino Livre/Qualificação e Shakedown em Montim e acabará com a já tradicional superespecial na cidade de Fafe. No sábado, Cabeceiras de Basto e Felgueiras (com o Seixoso) acompanharão Fafe na disputa de uma dupla passagem por 4 especiais onde não faltará a icónica Fafe Lameirinha. Um rali fácil de ver, mas apenas para aqueles que gostam de “abancar” num local, ou no caso de sábado, em dois locais. Para os que gostam de saltar de troço em troço, esqueçam.

A previsão de chuva será uma condicionante para o público mas também para os concorrentes, mas a confirmar-se será uma aliada da verdade desportiva, pois quem for mais rápido na qualificação poderá escolher o lugar em que quer partir na sexta, mas não será já prejudicado, como o seria em piso seco, se for o mais rápido ao ter que abrir a estrada no sábado.

HORÁRIO

SEXTA-FEIRA (23 de fevereiro)
Partida (Largo da Igreja de Boticas) 15:45
PEC 1 – Boticas/Vale do Tâmega (9,64 km) 16:13
PEC 2 – Boticas/Senhor do Monte (11,53 km) 16:51
Reagrupamento In (Rua Ângelo Mendonça/Fafe) 18:16
Reagrupamento Out 20:55
PEC 3 – Fafe (1,62 km) 21:00
Parque Fechado (frente ao Pavilhão Multiusos) 22:15

SÁBADO (24 fevereiro)
Partida do Parque Fechado 07:15
Partida do Parque de Assistência (Praça das Comunidades) 07:30
PEC 4 – Luílhas 1 (11,9 km) 08:00
PEC 5 – Cabeceiras de Basto 1 (10,68 km) 08:43
Reagrupamento In 09:18
Reagrupamento Out 09:45
PEC 6 – Luílhas 2 10:26
PEC 7 – Cabeceiras de Basto 2 11:09
Reagrupamento In (Feira Velha) 11:44
Reagrupamento Out 11:54
Parque de Assistência In (Praça das Comunidades) 12:29
Parque de Assistência Out 12:59
PEC 8 – Seixoso 1 (9,97 km) 13:32
PEC 9 – Lameirinha 1 (11,18 km) 14:30
Reagrupamento In (Feira Velha) 15:04
Reagrupamento Out 15:30
PEC 10 – Seixoso 2 16:00
PEC 11 – Lameirinha 2 – POWER STAGE 16:58
Parque Fechado (Feira Velha) 17:32


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