Numa prova marcada pela presença da neve, o concorrente de “substituição”, Xevi Pons acabou por dar um recital em Vieira do Minho e arrecadou uma saborosa vitória. Excelente desempenho do jovem Gonçalo Henriques a mostrar o quanto é importante apoiar os jovens (com talento).
Com a presença da neve a dificultar a vida de todos, levando mesmo ao cancelamento do primeiro troço deste sábado, o Rali de Vieira do Minho tinha uma lista de inscritos muito bem recheada, integrando vários campeonatos, e embora mesmo num rali único mas ainda com um escalonamento dos concorrentes a manter os velhos vícios, onde os “outros”, os melhor montados, logo mais rápidos, foram colocados no fim do pelotão, lá acabaram por ter que dar o braço a torcer e colocar o prioritário Gus Greensmith (48 da lista) a partir à frente de todos, algo que em pisos de terra pode ser um presente envenenado. Com isto, para ir acompanhando os resultados dos primeiros, havia sempre um longo hiato e essa enorme diferença na ordem de partida poderá ter tido alguma influência no resultado final. Idiossincrasias dos ralis portugueses!
Xevi Pons que nem inscrito estava e que veio a Vieira do Minho com a sua equipa para dar assistência a Pedro Almeida, acabou à última hora por substituir Alejandro Sanchez e correr. Ora, Xevi Pons que se tem mantido em actividade, mas de uma forma muito pontual, chegou a Vieira do Minho e acabou por dominar tudo e todos alcançando uma vitória mais que justa. Até apetece perguntar quantas passagens de reconhecimentos terá feito o piloto espanhol! E já agora, pilotos “de substituição” deste calibre serão sempre bem-vindos, pelo menos pelos adeptos!...
Na segunda posição terminou o piloto mais renomado, Gus Greensmith, que partindo muito antes de todos os seus adversários directos, acabou por nunca se mostrar ao nível de Pons tendo mesmo que lutar com Miguel Correia que no final da manhã ocupava a segunda posição. Porém, de tarde, Correia foi perdendo muito tempo enquanto, no sentido inverso, Greensmith se mostrou mais rápido. A dificuldade que o piloto inglês referiu que teve na parte da manhã ao passar a abrir a estrada e a ter que limpar alguma neve ainda nos troços poderá ter sido o principal motivo para essa performance algo díspar ao longo do rali. E assim fechou o pódio de Vieira do Minho com Pons, Greensmith e Correia por esta ordem, todos eles em Skoda Fabia, embora apenas Greensmith com a última evolução do modelo checo.
Também a preparar a sua participação no CPR, Pedro Almeida, também ele no carro da moda, um Skoda Fabia, claro, nunca andou perto dos primeiros e acabou já a grande distância na quarta posição.Dos estrangeiros presentes, uma referência para Philip Allen (Hyundai i20) que nos primeiros troços fez jogo (quase) igual com Miguel Correia e Gus Greensmith mas que depois se atrasou e acabou por desistir.
Quinto da geral e vencedor entre os concorrentes ao “Promo” (e “Promo” Norte), Adruzilo Lopes, a estrear um (ainda) vistoso Mitsubishi Lancer Evo X, dominou sem grande dificuldade entre os “Promo”, terminando com mais de 4 minutos de vantagem sobre o segundo classificado, Henrique Rodrigues (Mitsubishi Lancer Evo VIII), 9º da geral e vencedor do Desafio Kumho “Promo”. João Vinha (Mitsubishi Lancer Evo VI), 13º da geral, fechou o pódio.
Sexto da geral e vencedor no campeonato Júnior, Gonçalo Henriques (Renault Clio Rally5) foi a grande figura do rali, batendo pilotos bem mais experientes e muito melhor montados. O jovem piloto de Poiares, vencedor do troféu FPAK Júnior com os Kia Picanto, agora ao volante de um carro do escalão mais baixo dos ralis FIA, um Rally5, em pisos bem difíceis, teve um andamento e uma consistência de grande nível, mostrando o quanto é importante que o apoio e promoção de jovens. Com um Rally5 foi claramente o mais rápido de todos os 2 Rodas motrizes presentes! Entre os juniores, onde os veículos admitidos têm competitividade muito diversa, o que é, no mínimo, estranho, Hugo Lopes (Renault Clio Rally4), 22º da geral, foi segundo e Dário Rebelo (Peugeot 208 R2), 31º da geral, fechou o pódio.
Entre os Clássicos, domínio da armada Mitsubishi, com José Merceano (Evo IV), 11º da geral, a ser o vencedor, seguido por Luís Mota (Evo VI), 18º da geral, a ser o segundo e Nuno Mateus (Evo VI), 30º da geral, a fechar o pódio.
No “Promo” 2 Rodas Motrizes, Jorge Carvalho (Peugeot 208 R2), 14º da geral, foi o vencedor, seguindo-se Filipe Teixeira (Citroen Saxo Cup), 16º da geral, e Rui Guedes (BMW 325i E30), 21º da geral. Estes mesmos concorrentes ocuparam também o pódio do “Start” Norte.
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