Aproveitámos a deslocação ao Rali Além Mar Ilha Lilás para falarmos com Paulo Silveira, presidente do Terceira Automóvel Clube desde setembro do ano passado.

Aqui fica a segunda parte da entrevista centrada especialmente na candidatura ao CPR.

O TAC candidatou-se ao CPR 2022. Está convicto que a Terceira já merece receber uma prova do CPR? Paulo Silveira (PS) - “Em primeiro lugar gostaria que percebessem que o TAC não está em luta com o GDC por um lugar no CPR, nem podia. Defendo que o Azores Rali é só o melhor rali de terra do país e como tal tem que estar no lugar que merece estar a nível nacional. A nossa candidatura surge como um questão de justiça nacional em que todos os associados da FPAK têm o mesmo direito de participar numa organização do CPR se assim o desejarem. O Presidente Ni Amorim disse aqui na sede do TAC ser importante pensarmos num regime de rotatividade das provas. Sabemos que existem os lobbies e as pressões das grandes equipas nacionais para que se façam mais ralis a norte e menos a sul e que as ilhas fiquem de fora.”

O que poderá o TAC oferecer às equipas para virem à Terceira?
PS – “Garantimos apoio financeiro (com o Governo Regional a nosso lado) como foi evidente na apresentação da prova por parte do Sr. Secretário da Agricultura que nos garantiu que o apoio não seria apenas verbal mas sim um forte apoio financeiro. Com este apoio, garantimos as deslocações quer dos pilotos quer das equipas a título gratuito”.

E a nível de divulgação/promoção?
PS – “Podemos garantir uma cobertura televisiva em grande escala, contando com o excelente trabalho da RTP-Açores para expor ao exterior todo o mediatismo desta nova etapa do Nacional de Ralis, e será justo dizer que os profissionais da RTP-Açores têm muito a ensinar de como faz a divulgação de ralis na TV”.

Sabemos que as provas do CPR têm outras exigências, nomeadamente a nível de quilometragem e logísticas. Tem o TAC e a Terceira condições para montar uma prova do CPR?
PS – “Em relação à estrutura, temos capacidade, senão vejamos: uma sede com condições únicas, um Parque de Assistência para capacidade até 70 viaturas, troços para variados tipos de condução, capacidade de fazer troços com 20 ou mais quilómetros, se necessário. Um povo que adora ralis, que tão bem sabe receber. Além de tudo isto, temos capacidade hoteleira para receber condignamente toda a caravana do CPR e os adeptos que se queiram deslocar à Terceira. Temos todas as condições para uma prova do CPR. Posso dizer que tenho tudo o que os outros têm, mas os outros não têm tudo o que eu tenho."

Depreendo das suas palavras que tem confiança que a vinda do CPR se concretize?
PS – “Se a FPAK tiver vontade e o seu Presidente for um homem de palavra como eu acho que é, e é por isso que eu o defendo, muitas vezes criando pequenos “inimigos” aqui e ali, se as grandes equipas virem o resto do arquipélago como um aliado na divulgação do seu trabalho, acho que sim, poderemos estar no CPR mais ano menos ano”.

E que me diz da possibilidade de fazer algo similar ao do campeonato espanhol nas Canárias onde têm duas provas seguidas, mesmo se no caso dos Açores seriam em pisos diferentes?
PS – “A ideia de fazer a etapa dos Açores em duas provas seria algo que nos agradaria e financeiramente seria mais interessante, podendo mesmo aumentar o mediatismo do CPR”.

Para terminar, pensa recandidatar-se?
PS – “Quando assumi o TAC (quando ninguém o quis fazer), fi-lo para que este não fechasse portas e para um período de um mandato. Dificilmente serei candidato a novo mandato, pois isso envolve questões profissionais e familiares. Não fecho completamente a porta, mas será difícil que venha a acontecer."