Há uma semana era necessário que Felipe Massa se impusesse no Grande Prémio da Malásia para que pudesse fortalecer a sua posição dentro da Ferrari. Esta semana, após as trapalhadas do brasileiro em Sepang, é imperativo que vença o Grande Prémio do Bahrein de forma dominadora por forma a que o seu posicionamento dentro da Scuderia não fique irremediavelmente comprometido.
A certa altura do fim-de-semana que teve Sepang como plateau parecia que Felipe Massa preparava-se para uma marcha triunfal semelhante às que na temporada passada brilhantemente protagonizou em Istambul e em Interlagos. Porém, foi apenas necessário um mau arranque para que o Massa trapalhão e propenso a erros que todos pensavam ter sido já erradicado da personalidade do brasileiro surgisse e deitasse tudo a perder.
Nem sequer é a tentativa de ultrapassagem a Hamilton em si que paira sobre o Massa, dado que é natural que um piloto tente suplantar o carro que o precede - sobretudo quando tem material para vencer e vê o líder desaparecer rapidamente, devido a uma jogada de equipa - mas sim o facto de, na primeira vez em que tinha tudo para poder realizar uma corrida descansada rumo à vitoria, o brasileiro conseguiu perde-la de uma forma quase patética.
Face a isto, é natural que hoje os cabecilhas da Ferrari comecem a interrogar-se se Felipe Massa será capaz de montar uma campanha tendo em vista o título e olhem para Kimi Raikkonen como a melhor solução para que um dos pilotos de vermelho alcance o Campeonato Mundial de Pilotos.
É esta ideia interna que o brasileiro tem que contrariar já em Sakhir, mas a sua tarefa não se afigura fácil, até porque foi notória a sua postura amorfa após o erro que cometeu com Hamilton, nunca esboçando uma ultrapassagem a Nick Heidfeld.
Além da falta de confiança que seguramente atravessa, Massa terá ainda dentro da sua equipa uma forte oposição por parte de Kimi Raikkonen. O finlandês realizou em Sepang um exercício de limitação de danos, dado que, com um motor doente, não pôde usar o máximo de rotações do V8 transalpino, o que o deixava numa posição desfavorável face ao seu colega de equipa. Mesmo assim, o Iceman superiorizou-se ao brasileiro e isso é seguramente um tónico psicológico para si. Com um motor novo, Raikkonen será um adversário fortíssimo e só o Massa dos melhores dias o poderá bater.
Para além do seu colega de equipa, o brasileiro terá ainda que se ver com os dois homens da McLaren Mercedes. Fernando Alonso está igual a si próprio, obtendo sempre os resultados que estão ao seu alcance, uma característica que o levou já até dois títulos.
Até agora, e apesar de todo o entusiasmos em redor de Lewis Hamilton, o espanhol tem sido o piloto de ponta da McLaren Mercedes, mas essa é uma situação que poderá alterar-se. Em Sepang o inglês comprometeu sua corrida para ajudar a fuga de Alonso, tendo ao longo do seu primeiro turno rodado a cerca de um segundo do ritmo que demonstrou mais tarde. A ambição é uma característica bem vincada em Hamilton, o que, aliada ao seu conhecimento do traçado de Sakhir - testou no Inverno no circuito baremita - poderá produzir uma surpresa já no próximo domingo, até porque a sua confiança está em alta e é evidente que não encara a sua temporada de estreia como o fiel escudeiro de Alonso..
Como se pode verificar, a tarefa de Felipe Massa é hercúlea e uma vitória da parte do brasileiro terá que assentar num Massa semelhante ao que vimos na segunda parte da temporada passada, então a sua cotação na Ferrari poderá subir, contrariando a tendência verificada após a Malásia.
COMENTE ESTA NOTÍCIA NO FÓRUM DO SPORTMOTORES.COM
|