Após o Grande Prémio da China, a polémica instalou-se no seio da Renault com as palavras proferidas por Fernando Alonso durante uma entrevista a um jornal espanhol.

O Campeão em título, talvez motivado pela frustração, afirmou que Giancarlo Fisichella não o tinha ajudado durante a corrida disputada em Xangai e que dentro da equipa de Silverstone haveriam elementos que preferiam que ele perdesse o título de pilotos, a levar o número 1 para a McLaren Mercedes.

Hoje já em Suzuka, o espanhol adoptou um discurso politicamente correcto e declarou que se sentiu sozinho em algumas situações. "O que eu senti na China foi que talvez tivesse um problema no carro que se fez sentir durante dez ou nove voltas e aí senti-me sozinho.
"Eu era o primeiro classificado e o meu colega de equipa era segundo, mas depois passou-me, juntamente com o Michael Schumacher. Depois de recuperar o meu andamento eles já estavam demasiado longe.
"É como se estivesse na montanha do Tour de France com um furo a ver a minha equipa passar sem parar, juntamente com o meu rival. Isso foi um bocado difícil compreender", reconheceu Alonso.

Contudo, o piloto que luta com Michael Schumacher pelo título deste ano dá uma no cravo e outra na ferradura e, apesar de assegurar que a equipa está a realizar um trabalho fantástico, confirma que não recebe a ajuda que pensa ser possível receber: "Penso que a equipa faz o máximo que pode. Deram-me um carro fantástico, a possibilidade de vencer o titulo do ano passado e de lutar pelo deste ano.
"Porém, em algumas ocasiões numa abordagem diferente, tenho-me sentido sozinho.
¿Tive momentos difíceis em Indianapolis, quando não fui competitivo, e na China estive sem andamento durante cerca de dez voltas, perdendo quatro segundos por volta. Nestes dois momentos, na minha opinião, eu deveria ter tido mais ajuda da equipa."

Entretanto, Giancarlo Fisichella revelou-se incrédulo com os comentários do seu colega de equipa e avisou que não está em pista apenas para ajudar Alonso, apontado que apenas o fará quando for possível. "Sim, estou surpreendido com isso. Eu não sei o que ele disse. É claro que eu corro para mim e não para o Fernando (Alonso). Se existe a possibilidade de o ajudar, tudo bem, mas não posso parar o meu carro em pista para o deixar passar. Para mim não existe qualquer problema.
"Eu vou falar com ele sobre esse assunto, se ele está contente, tudo bem, caso contrário, não me vou importar. É importante manter a unidade até ao final da temporada.
"Eu trabalho para a Renault, estamos a trabalhar para vencer ambos os títulos, que são muito importantes para nós. Se perdermos o campeonato não será por minha causa, eu ajudei-o bastante durante a temporada. Se ele vencer, será porque protagonizou uma época fantástica e marcou muitos pontos", sublinhou o piloto italiano que na próxima temporada continuará a defender as cores da Renault.

O ambiente no seio da formação de Enstone não é neste momento o melhor, tendo o mecânico que demorou a segunda paragem de Alonso durante o Grande Prémio da China sido substituído.

O mecânico em questão, cuja identidade é desconhecida, não se apercebeu que a porca da roda traseira direita tinha caído da pistola pneumática, o que atrasou o piloto espanhol e praticamente inviabilizou que este tivesse lutado pela vitória nos momentos finais da corrida. Este mecânico já tinha sido o protagonista do problema a porca de fixação da roda traseira direita que atirou Alonso para fora de prova no Grande Prémio da Hungria, quando a vitória estava garantida.

Então, o mecânico em questão manteve a sua posição, mas agora, após a sua falha em Xangai, perdeu o seu lugar na equipa que realiza os reabastecimentos aos pilotos da Renault durante os Grandes Prémios.

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