À partida do Arctic Rally Finland a Toyota sentia a pressão de vencer, e ao longo da prova a incapacidade de acompanhar Ott Tanak tornou essa pressão mais visível que nunca.
Para além do Artico ser visto como o rali da Toyota, Kalle Rovanpera tinha aspirações a ganhar. Se o jovem finlandês não o tinha assumido expressamente antes da prova, o seu comportamento ao longo do rali deixou isso bem claro.
No final do rali Rovenpera apontou os testes como a causa da falta de performance, hipótese corroborada por Elfyn Evans, mas o galês não teve um tom critico, salvaguardando que ninguém poderia adivinhar a subida das temperaturas nos dias da prova.
Em entrevista ao "Dirtfish.com Jari-Matti Latvala explicou em detalhe o que aconteceu com os testes, revelando não ver o "resultado como um desastre," e assumindo que "tivemos azar com as condições climatéricas."
Com temperaturas que normalmente são inferiores a 15 e 20 graus negativos, o Rali do Artico viu as temperaturas subir na semana da sua realização, para intervalos entre os -5 e os -10º C.
"Tivemos temperaturas muito baixas nos nossos testes," o mesmo tendo acontecido com a Hyundai. Só que enquanto a Toyota fez o Rali do Artico do campeonato finlandês com temperaturas similares às dos testes, a Hyundai escolheu o Otepää talveralli na Estónia como preparação, o qual se disputava 1.000km mais a sul de Rovaniemie com temperaturas bem mais altas.
O que parecia ser uma opção discutível da equipa de Andrea Adamo veio a revelar-se o seu trunfo. E Latvala explica que "quando está muito é difícil os pregos furar o gelo, porque o gelo está muito sólido. Quando a temperatura é mais alta os pregos penetram mais facilmente no gelo."
E detalhou ser necessário "ter um carro duro para condições de gelo, e tínhamos, mas quando as temperaturas se aproximam dos 0 graus o carro tem de ser mais mais suave. Penso que foi aqui o nosso erro."
Latvala assumiu a frustração de não ganhar "em casa", mas deu o exemplo dos seus tempos na Volkswagen. A marca de Wolfsburg só conseguiu vencer o rali da Alemanha à terceira vez.
Depois de ouvir Latvala, e relembrando as palavras de Ott Tanak há uma semana atrás, fica a ideia da a Hyundai ter sido mais competente a arranjar a solução para as temperaturas altas da prova do mundial.
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