O Campeonato do Mundo FIA de Fórmula E revelou o novo Gen3 Evo, o monolugar com o qual competirão a partir da próxima temporada com um aumento significativo de desempenho.
Quando foi lançado pela primeira vez, o monolugar da Gen3, construído pela Spark, não deixou ninguém minimamente entusiasmado, para além da organização do campeonato. As linhas diferentes e o seu aspeto pouco atraente mereceu-lhe uma série de apupos nas redes sociais.
A nova especificação do carro foi revelada na noite de quinta-feira antes do ePrix de Mónaco, onde também será feita uma demonstração pública com David Coulthard ao volante. O monolugar é uma evolução do Gen3 atual dos últimos dois anos, embora tenha modificações na carroçaria e nos pneus, bem como um uso mais eficiente da potência.
A aceleração melhora substancialmente, pois é capaz de ir de 0 a 100 km/h em apenas 1,82 segundos, ultrapassando a Fórmula 1, enquanto no desempenho geral seria dois segundos mais rápido por volta no circuito do Principado.
O mais significativo é que agora o carro fará uso do propulsor dianteiro que o Gen3 tem desde a sua apresentação, mas que ainda não foi utilizado, tornando-se assim pela primeira vez um monolugar de tração às quatro rodas.
Além disso, terá uma potência máxima de 50 kW no eixo dianteiro a partir do limite de 350 kW, enquanto o resto irá para as rodas traseiras, mas isso só será permitido nos duelos de qualificação, no início da corrida e durante as duas ativações do Modo de Ataque que cada piloto deve realizar.
Graças a um spoiler dianteiro mais robusto e aos novos elementos laterais, o carro deverá ter menos resistência aerodinâmica do que o seu antecessor, enquanto os novos pneus Hankook oferecerão entre 5 e 10% mais aderência do que antes.
A Fórmula E e a FIA têm trabalhado no monolugar há mais de um ano, e o piloto português do Safety Car, Bruno Correia, terá tido um papel muito importante no projeto. O veículo foi apresentado de forma não oficial em Misano, onde a categoria realizou atividades com o Gen3 Evo na pista antes do seu lançamento no Mónaco.
As equipas poderão atualizar os chassis já existentes com as modificações, o que ajudará a poupar custos e a reduzir as peças em desuso, e a introdução do carro ocorrerá a meio da era do Gen3, antes do Gen4 que chegará em 2026.
Resta saber qual será a reação da crítica e dos fãs de uma categoria que, apesar de continuar saudável em termos de marcas e pilotos, continua a não convencer a grande maioria dos adeptos do automobilismo.
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