O Grande Prémio da China será preponderante para as aspirações dos três contendores ao título deste ano, Robert Kubica está consciente de que as suas possibilidades são escassas, mas Lewis Hamilton e Felipe Massa estão apostados em dar um passo rumo ao ceptro de 2008.

O piloto inglês ficou a saber esta semana que terá mais um adversário na luta pelo Campeonato, muito embora este não tenha qualquer possibilidade de repetir os títulos que já alcançou. Estamos a falar, é claro, de Fernando Alonso.

O espanhol revelou que ajudará Massa no que lhe for possível, uma atitude que não merece qualquer comentário por parte de Hamilton. ”Não tenho qualquer opinião sobre isso. Eu concentro-me no meu trabalho, se formos competitivos este fim-de-semana tentaremos alcançar alguns pontos e andar na frente, o que os outros fazem é com eles”, sublinhou o piloto da McLaren Mercedes.

Em 2007 foi precisamente em Xangai que Hamilton começou a perder o título, que parecia estar perto de ser seu. O inglês sabe o que tem que fazer para evitar os erros passados, evidenciando que as falhas são sofridas em equipa: ”Relativamente ao ano passado, penso que temos que manter a cabeça levantada quando as coisas acontecem e evitar a caixa de brita! Tirei ensinamentos positivos do passado fim-de-semana, agora é preciso olhar em frente, a equipa está com um sentimento positivo, cometemos erros juntos como um grupo e ultrapassamos as dificuldades juntos".

Contudo, e apesar de no Japão ter arriscado quando não era preciso, Hamilton garante que não alterará a sua abordagem para as restantes corridas: ”Será a mesma de sempre (n.d.r.: a sua abordagem ao Grande Prémio da China). Chegamos aqui e tentamos dar o nosso melhor. O carro é competitivo, fomos muito rápidos aqui na temporada passada e este ano talvez possamos ser ainda mais competitivos com este carro, mas vai ser um fim-de-semana duro, temos que continuar a dar o nosso melhor”.

Felipe Massa, por seu lado, garante que não se sente especialmente pressionado por estar a lutar pelo título a duas corridas do fim da temporada. ”Penso que temos sempre pressão. Quando nos tornamos um piloto da Ferrari temos pressão no início da temporada, no meio e no fim. Não interessa em que posição se está”, afirmou o ferrarista.

Nas duas últimas corridas o Ferrari F2008 foi o carro mais rápido em pista, o que deixa o brasileiro confiante para a recta final do Campeonato Mundial de Fórmula 1 de 2008: ”Sinto-me bem, sinto que estou em posição de fazer o meu trabalho da melhor forma e espero que tudo corra bem. Esperamos poder alcançar os nossos objectivos e este é o meu estado de espírito actual. Era assim que me sentia na última corrida e em todas as outras que a antecediam e o sentimento é o mesmo para as próximas”.

Massa está consciente de que Lewis Hamilton está numa posição confortável para alcançar o título, uma vez que não precisa arriscar para alcançar os seus objectivos, mas avisa que tudo pode mudar de um momento para o outro. ”Estamos a cinco pontos, portanto, não nos podemos pôr na mesma posição que o nosso oponente. É claro que pode ser quase nada – mas na Fórmula 1 o quase não é suficiente. É necessário ser preciso. No entanto, não é uma grande diferença”, apontou o brasileiro.

Nos últimos dias o estilo de pilotagem de Hamilton tem estado sob forte escrutínio, face aos casos em que se tem envolvido. Felipe Massa reconhece que o seu adversário tem um estilo musculado, o que lhe traz vantagens e desvantagens. ”O Lewis é assim. É essa a sua personalidade. Ser agressivo e ser sempre demasiado confiante. Isso é verdade. É essa a sua personalidade.
Isso não significa que ele não seja bom, competitivo ou forte. Todos sabem que é um bom piloto e, em muitas corridas, situações destas valeram-lhe muitos pontos”, afirmou o piloto da Ferrari que, actualmente, tem uma desvantagem de cinco pontos para Hamilton.

Robert Kubica é o Campeão Improvável, uma vez que neste momento está a doze pontos de Hamilton. O polaco precisa vencer os restantes Grandes Prémios, esperar que o inglês não marque mais de sete pontos e que Massa não garanta mais de doze. Um cenário pouco provável, como ele próprio reconhece. ”Para as últimas duas corridas, com uma desvantagem de doze pontos, julgo que os pilotos à minha frente têm mais a perder que eu a ganhar”, reconheceu o polaco.

Kubica sabe que não tem monolugar para se bater com Lewis Hamilton e com Felipe Massa, mas não deixa de sonhar. ”É claro que seria bom ter o carro mais rápido em pista, poder lutar por pole-positions e pelas vitórias e, então, diria que teríamos algumas hipóteses, porque, em circunstâncias normais, poderia lutar (n.d.r.: pelo título). No entanto, não é nenhum segredo que perdemos algum do nosso andamento. Além disso, em Fuji a Renault e a Toyota eram mais rápidas que nós, e isso torna muito mais difícil a mim e à equipa lutar com a Ferrari e com a McLaren.
Contudo, as últimas corridas mostraram que tudo pode acontecer, devido às condições climatéricas, a Safety-Cars, ao incidente na primeira curva de Fuji. Isto são corridas, que são imprevisíveis, e por isso devemos dar o nosso melhor”, urgiu o piloto da BMW Sauber.

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