As novas regras do Safety-Car a serem postas em prática para as 24 Horas de Le Mans deste ano polarizaram o paddock do Campeonato do Mundo FIA de Endurance (WEC). A Toyota saiu contra este novo procedimento, enquanto a Porsche está entre os que estão a favor desta nova medida.
Não haverá mais três carros de segurança na pista do Circuit de la Sarthe quando a corrida ficar verde, após um período de Safety-Car. Em vez disso, haverá um único veículo atrás do qual o pelotão será compactado, com os carros alinhados em grupos de classe e os Hypercars à frente.
"Não é muito positivo", diz o director técnico da Toyota Gazoo Racing Europe, Pascal Vasselon, sobre a mudança. Em conversa com a revista inglesa Autosport, o técnico francês descreveu-a como uma "espécie de americanização da corrida".
"Um Safety-Car tem sempre um impacto desportivo, e depois pode-se minimizar esse impacto com os três carros de segurança ou maximizá-lo, que é o que foi feito para este ano com um carro de segurança", explicou o responsável da Toyota. "O procedimento que estava em vigor era provavelmente o melhor possível para ter o menor impacto desportivo numa pista de 13,6 km com um tempo de volta de 3m30s".
O francês teme um desfecho menos sincero da corrida. "A natureza da corrida pode agora mudar completamente com um Safety-Car. Tudo o que se tem de fazer é ficar a três minutos do líder e esperar por um carro de segurança. Isto faz de Le Mans um pouco de lotaria, e isso muda o valor da
vitória. Pode desvalorizar uma vitória de Le Mans porque se pode obtê-la por acaso de alguma forma".
O chefe de equipa da Porsche Penske Motorsport, Jonathan Diuguid, tem outro ponto de vista sobre o mesmo assunto.
"Depois de Le Mans no ano passado, com o nosso programa LMP2, analisámos como os períodos de Safety-Car nos afectaram e, no final, um favoreceu-nos e outro favoreceu o carro da JOTA [vencedor da classe]. Tentar eliminar isso o mais possível só pode ser bom", disse Jonathan Diuguid, cuja equipa inscreverá três Porsche 963 LMDh na prova, à Autoport.
A corrida será neutralizada atrás de três carros de segurança como no passado, antes de uma fusão da fila atrás de um único veículo. Qualquer carro à frente do líder da sua classe na fila poderá ultrapassar o Safety-Car, alinhando-se no final da fila, mas recuperando com isso tempo ao carro que lidera. Isto será seguido pelo que foi denominado "dropback", que formará a fila com os carros divididos por classes com os Hypercar à frente e os GTE Am na retaguarda.
O sistema terá sido praticado no dia da abertura do teste do Prólogo do WEC em Sebring, no início deste mês. Segundo a revista inglesa, foi estimado um tempo de 20 minutos para que o procedimento fosse concluído em Le Mans.
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